Edgar Silva: “Estas eleições não são um simulacro”

Candidato comunista esteve esta manhã em casa, a percorrer as ruas do Funchal. Recordou batalhas antigas, e pediu apoio para a caminhada que pretende mudar o rumo de Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa, garante Edgar Silva, ainda não ganhou.

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Edgar Silva esteve no Funchal, onde mora Gregório Cunha
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Edgar Silva esteve no Funchal, onde Gregório Cunha

Confiante na derrota de Marcelo Rebelo de Sousa, e confiante numa vitória sua na Madeira, o candidato comunista Edgar Silva andou esta segunda-feira de manhã pelas ruas do Funchal a tentar desmontar a ideia de que as eleições presidenciais têm já um vencedor antecipado.

Antigamente, disse Edgar Silva, antes de Abril de 1974 as eleições eram uma fantochada, já estava tudo decidido, mas em democracia não. “Tudo está por decidir, ao contrário do que alguns fazem crer”, reforçou criticando os “astrólogos” e “fazedores de sondagens” que mesmo antes do povo votar, já sabem o resultado das eleições.

“Em democracia não há vencedores antecipados, e é um erro pensar que já está tudo decido quando há muitas pessoas que estão agora a cristalizar a sua opção”, insistiu Edgar Silva, repetindo que estas eleições não são um “simulacro” e o que conta é o voto no próximo dia 24 de Janeiro.

”Nem que chovam canivetes, que nenhum homem, que nenhuma mulher falte para defender os valores de Abril”, apelou, desvalorizando a popularidade do candidato apoiado pela direita. “Alguém disse em tempos que quem tem televisão tanto vende sabonetes como vende um Presidente da República, mas o que está agora em causa para Portugal não é vender um sabonete”, afirmou, argumentando que nestas eleições decidem-se projectos, políticas e se o país terá ou não um novo rumo.

“Não se trata de decidir se determinado candidato é mais risonho ou mais sisudo, mais alto ou mais baixo, ou se teve ou não mais tempo de televisão. Trata-se de projectos”, disse Edgar Silva, acrescentando que é possível derrotar o candidato apoiado pelo PSD e CDS.

Para isso, o candidato alertou para os perigos do “calculismo”, falando para os que já estão a pensar na segunda volta. “É um erro. Na vida, no amor, em todas as grandes decisões, é o agora que conta e por isso não podemos ir volta no dia 24 adiando as nossas opções para uma hipotética segunda volta”, avisou, exemplificando com o que aconteceu nas regionais madeirenses do último ano, em que a maioria do PSD ficou presa por quatro votos. “Como vimos aqui na Madeira, por um voto se ganha, por um voto se perde.”

Em casa, na cidade em que todos se conhecem pelo nome, não pelo Funchal ser uma cidade pequena, mas por reencontrar “companheiros de outras caminhadas”, Edgar Silva admitiu esperar ganhar na Madeira, já que para além da “pronúncia”, o que o liga ao eleitorado madeirense é o entendimento das dificuldades que atravessam.

Mas, frisou, o objectivo é ganhar o país. “Simpatia não enche barriga, acalenta o coração, mas o que importa são os votos e que ninguém falte na hora do voto”, continuou junto ao Mercado dos Lavradores, onde na véspera Marisa Matias tinha passado a defender as regiões autónomas e a unidade do país.

Ali, palco de outras “lutas”, Edgar Silva recordou as “batalhas” regionais e pediu apoio para esta “caminhada”, mais ampla, do tamanho do país.

“Estivemos juntos em muitas caminhadas, e agora encontramo-nos em mais uma. Agora numa batalha mais larga, mais vasta, que é o novo rumo para Portugal.” 

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