Marisa Matias quer “abrir janelas” em Belém para soltar “bafio”

Bloquista apresentou candidatura à Presidência, com críticas a Marcelo e Maria de Belém.

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Imagens da apresentação da candidatura de Marisa Matias Bruno Lisita
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A candidata presidencial do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, disse neste sábado na apresentação formal da sua candidatura que quer "abrir as janelas" do Palácio de Belém para deixar sair o cheiro "a bafio".

"Num Palácio de Belém que cheira a bafio vai ser preciso abrir as janelas para entrar ar fresco. É a força da democracia que as vai abrir. É a vossa força", disse Marisa Matias perante a plateia do pequeno Teatro Thalia, em Lisboa.

A apresentação da candidatura de Marisa Matias teve como palavra de ordem "Cavaco sai da frente, Marisa a Presidente!", improvisada momentos antes por alguns dirigentes bloquistas.

A eurodeputada bloquista, de 39 anos, apontou críticas aos concorrentes Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém, após começar por referir-se aos "tempos exaltantes" que se vivem em Portugal, "tempos de esperança muito refrescante", afirmando que "agora, a democracia está a passar por aqui" e que "a direita anda desesperada como nunca a tínhamos visto".

"Querem fazer das presidenciais uma segunda volta das legislativas, querem uma desforra, querem vingança", afirmou a socióloga, antecipando que as forças políticas mais à direita "pretendem manter o poder em Belém para, a partir daí, bloquearem qualquer processo de transformação, perdida a maioria absoluta no Parlamento".

"A direita apresenta-se com um rosto mais civilizado, com um ar mais moderno e tolerante, mas não se iludam - quem procurou fazer da televisão um trampolim ao serviço da sua desmesura estará disposto a vender tudo e o seu contrário para atingir os seus objectivos", disse Marisa Matias.

Em nova referência ao antigo presidente social-democrata e comentador político Marcelo Rebelo de Sousa, amigo do antigo líder do grupo Espírito Santo, mas também aludindo ao facto de a antiga presidente socialista Maria de Belém ter trabalhado para os serviços de saúde daquele império empresarial, a parlamentar europeia obteve gargalhadas entre os seus apoiantes.

"Candidato-me partindo de uma premissa radical - é possível chegar à Presidência sem a protecção do Espírito Santo. Nunca fui avençada do dito, em claro conflito de interesses com funções públicas na mesma área e nunca festejei a passagem de ano no iate do Ricardo Salgado", ironizou.

De volta à actualidade política, designadamente aos resultados eleitorais e posterior desenvolvimento de contactos entre os partidos de esquerda para uma alternativa de Governo, Marisa Matias lembrou que as últimas semanas esclareceram quaisquer dúvidas sobre a importância do cargo de Presidente da República.

"O Presidente que temos em funções é o exemplo de quem usa o seu papel para defender a estabilidade dos seus no poder e não a estabilidade da vida dos portugueses. O Presidente que temos em funções tem sido um divisor, uma força de bloqueio da democracia. Precisamos de alguém que agregue em vez de dividir, que resolva em vez de complicar", defendeu.

Entre os apoiantes da candidatura de Marisa Matias contam-se figuras públicas como Alfredo Barroso, antigo chefe da Casa Civil do Presidente Mário Soares e sobrinho de Maria Barroso, ou a ex-jornalista e empresária Catarina Portas, irmã do actual vice-primeiro-ministro, bem como os músicos António Pinho Vargas e Miguel Guedes, entre outros.

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