Região de Lisboa com 147 novas camas de cuidados continuados

Esta é a região do país mais carenciada deste tipo de serviço. Com o reforço, Lisboa e Vale do Tejo passam a contar com 1878 camas.

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Secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, inaugura as novas camas num períplo entre quarta e sexta-feira. Rui Gaudêncio

Mais 147 camas de cuidados continuados vão estar disponíveis a partir desta semana na região de Lisboa e Vale do Tejo, a que apresenta mais carências deste tipo de valência, registando o menor número de camas por cada cem mil habitantes com mais de 65 anos.

Com as novas vagas, que serão inauguradas pelo secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, entre esta quarta e sexta-feira, a região passará a contar com 1878 camas em Unidades de Internamento de Cuidados Continuados Integrados e Paliativos.

Destas novas camas, 29 (14 em Azeitão e 15 em Ourém) dizem respeito a cuidados paliativos, uma das principais lacunas desta rede na região de Lisboa, onde passam a existir 125 vagas, precisa um comunicado da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo divulgado esta terça-feira. Apesar da gravidade dos doentes encaminhados para este tipo de serviço - especializado em prevenir o sofrimento em casos de doença prolongada incurável -, o tempo de espera médio o ano passado foi superior a 33 dias na região de Lisboa, um valor que contrasta com os cinco dias de espera registados no Norte. Muitos morrem, por isso, sem chegar a ter acesso a estes cuidados diferenciados.

As restantes vagas dividem-se em Unidades de Longa Duração e Manutenção (55 camas) e de Média Duração e Reabilitação (63 camas), todas fora do concelho de Lisboa. Quase dois terços dos novos lugares estão repartidos por apenas duas unidades: 50 no hospital privado SOERAD, em Torres Vedras, e 42 no Hospital Nossa Senhora da Arrábida, em Azeitão, um projecto conjunto da misericórdia local e do grupo Visabeira. As restantes estão divididas pelo concelho de Sintra, entre a freguesia de Belas e de Algueirão.

Os cuidados continuados têm por objectivo a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada a pessoas que, independentemente da idade se encontrem em situação de dependência, permitindo a promover a reabilitação e a autonomia do doente. Este nível intermédio de cuidados contribui, por outro lado, para a gestão das altas hospitalares permitindo que as camas dos hospitais sejam atribuídas a doentes agudos.

O número de camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados ultrapassou no ano passado as 7000 vagas, segundo dados do último Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas. A estas somam-se os 6776 lugares de apoio no domicílio, mas que, ao contrário das camas, viram o seu número cair de 2013 para 2014.

O documento do Ministério da Saúde indica que, globalmente, a rede cresceu 1,7% o ano passado relativamente a 2013. Mesmo assim, dificilmente o ministro da Saúde, Paulo Macedo, chegará ao final do mandato cumprindo as metas que definiu. A demora no processo de abertura obrigou a uma revisão das projecções iniciais da rede para 2016, que foram alteradas ainda em 2012, de 15 mil camas para pouco mais de 11 mil. Porém, ao ritmo que tem vindo a ser seguido, o objectivo é praticamente impossível de atingir. 

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