China preocupada com a guerra dos altifalantes entre as duas Coreias

Ultimato de Pyongyang para que Seul acabe com emissões de propaganda termina sábado às 9h. Estado de tensão na fronteira.

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Manifestação anti-Coreia do Norte em Seul Kim Hong-Ji/Reuters

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão embrenhadas numa espiral de confronto: Seul recusa-se a interromper as emissões de propaganda através dos altifalantes que instalou do seu lado da fronteira e Pyongyang pôs as suas tropas em estado de pré-guerra. A China apelou a um recuo de ambas as partes.

O vice-ministro da Defesa da Coreia do Norte, Baek Seung-joo, reconheceu ser provável que o Norte dispare contra alguns dos 11 conjuntos de altifalantes que difundem mensagens anti-regime da família Kim desde 10 de Agosto. Isto era algo que o Sul não fazia desde 2004; as emissões foram retomadas como retaliação à explosão, no início do mês, de uma mina na zona desmilitarizada que divide os dois países. Dois soldados sul-coreanos ficaram feridos e, apesar de o Norte recusar responsabilidade, o Sul acusa-o de ter plantado a mina.

Pyongyang diz que as emissões equivalem a uma declaração de guerra e deu um ultimato a Seul até às 8h TMG (mais uma hora em Portugal continental) para parar com as emissões – se não, iniciará acções militares. Além disso, também em retaliação, retomou as suas próprias mensagens de propaganda voltadas para o Sul da fronteira dois dias depois de o seu vizinho o fazer, e na quinta-feira disparou projécteis de artilharia antiaérea contra os altifalantes sul-coreanos. A Coreia do Sul, diga-se, ripostou na mesma moeda.

“Como nenhum dos lados reportou estragos, isso quer dizer que não têm intenções de se envolver num confronto armado alargado. Claro que é sempre possível reacender-se a guerra, mas as hipóteses são muito, muito baixas”, disse à Reuters Yang Moo-jin, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul.

Pelo sim, pelo não, o secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, falou com os dois países, apelando ao entendimento.

A China  que continua a ser o principal apoio económico da Coreia do Norte, apesar da sua influência política sobre o regime de Pyongyang ter diminuído  diz também estar preocupada com a escalada da tensão entre as duas Coreias desavindas e apelou à calma de ambas as partes.

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