Henrique Neto diz que Belém e Nóvoa representam o cordão umbilical entre a Presidência e o “arco do poder”

Empresário e candidato presidencial diz que se Costa vencer com maioria as eleições o PS apoiará Nóvoa, mas se a vitória for magra ou perder os seguristas irão impor Maria de Belém.

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Rui Gaudêncio

A candidatura de Maria de Belém à Presidência da República servirá para agudizar os conflitos internos entre os socialistas e representa, a par da de Sampaio da Nóvoa, a “ideia da manutenção do cordão umbilical entre o Presidente da República e um dos partidos do chamado ‘arco do poder’”.

Quem o diz é outro candidato presidencial, Henrique Neto, que considera que o anúncio da candidatura de Maria de Belém à Presidência é o de um "segundo candidato do PS" e que, tal como Sampaio da Nóvoa, sofre de uma "dependência partidária".

"A formalização das intenções de Maria de Belém em se candidatar à Presidência da República, depois das anteriores hesitações não surpreende ninguém. Na verdade, trata-se de um segundo candidato do PS, em representação de um dos grupos que no partido esperam o resultado das eleições legislativas", declarou Henrique Neto, em comunicado.

O empresário argumentou que "se António Costa vencer bem as legislativas, o candidato do PS será, naturalmente, Sampaio da Nóvoa" e que se as coisas correrem mal ao PS, se “a vitória for curta, o grupo de António José Seguro avança para o confronto e Maria de Belém terá então a sua melhor oportunidade".

O militante do PS, que foi o primeiro político a anunciar a candidatura a Belém, defendeu que "quer o candidato Sampaio da Nóvoa quer Maria de Belém sofrem dessa dependência partidária". "Sem o apoio do PS não serão candidatos relevantes e não será de esperar deles nenhuma autonomia em relação ao partido, nem novas ideias em relação ao futuro de Portugal. Se tivessem essa autonomia e essas ideias tinham-nas apresentado ao país quando poderiam ter contribuído para evitar o desastre", afirmou.

Para Henrique Neto, "por agora, o que os portugueses têm de saber é quais são os seus projectos políticos para o país, algo que não se descortina no passado de ambos". "Eles representam a ideia da manutenção do cordão umbilical entre o Presidente da República e um dos partidos do chamado arco do poder e, assim, ambos os lados da equação partidária tentam garantir que não surgem intrusos no castelo do poder que possam colocar em causa os interesses adquiridos que conduziram Portugal para o empobrecimento e para a dependência externa", declarou.

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