PS critica atraso de 2 anos na liberalização da mobilidade eléctrica

Independente candidato pelo PS às legislativas alertou para "rombo" de mais de 2 mil milhões no sistema de Segurança Social, caso o plafonamento proposto pela coligação se concretize.

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O economista e cabeça de lista do PS por Braga às próximas eleições legislativas, Manuel Caldeira Cabral, acusou esta quarta-feira o Governo de desperdiçar dois anos na implementação da política energética.

A acusação surgiu no mesmo dia em que foram publicadas em Diário da República duas portarias que regulamentam a comercialização livre de estações de serviço de carros eléctricos.<_o3a_p>

Numa conferência realizada na sede do PS, Caldeira Cabral afirmou que o Executivo de Passos Coelho “esteve dois anos sem qualquer política, para depois retomar o que eram políticas do anterior Governo” para a área, denunciando assim a “inversão total de política” que o candidato socialista justifica com o objectivo de ir “atrás dos fundos comunitários”.<_o3a_p>

Através de duas portarias, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, definiu os requisitos técnicos e as taxas exigidas para a abertura de estações de serviço de carros eléctricos, rede que tem sido assegurada desde a fase-piloto até agora pelo Mobi.e (consórcio composto por, entre outras entidades, a Efacec, a Inteli, a CEIIA – CE e a Novabase). O projecto da mobilidade eléctrica foi lançado durante o Governo de José Sócrates. Caldeira Cabral destacou o facto de se estar a falar de “políticas de médio/longo prazo”, que o actual Executivo havia descurado. “O Estado não pode abdicar de ter uma política para a energia”, defendeu.<_o3a_p>

Estes dois diplomas eram as últimas peças que faltavam para que Jorge Moreira da Silva conseguisse colocar no terreno o modelo de liberalização da rede pública de carregamento de carros eléctricos, abrindo-a à concorrência e permitindo “tornar o carregamento mais próximo dos cidadãos", conforme prometia a decisão do Conselho de Ministros de 10 de Abril do ano passado.<_o3a_p>

Um ano e poucos meses depois, o Governo regulamenta, através de portarias, que operadores podem ser autorizados a exercer a actividade de gestão de infra-estruturas de carregamento de baterias de veículos eléctricos. <_o3a_p>

Segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), as vendas de veículos eléctricos e híbridos plug-in (carros movidos a gasolina ou gasóleo e electricidade) mais do que duplicaram nos primeiros cinco meses deste ano face ao período homólogo. Até Maio venderam-se 187 eléctricos e 100 híbridos plug-in, representando aumentos de 145% e 285%, respectivamente. <_o3a_p>

O candidato aproveitou ainda para fazer a comparação entre os programas eleitorais, nomeadamente, na segurança social, saúde e educação. Recusando o "radicalismo liberal" das propostas da coligação para a segurança social, o candidato do PS antecipou um "rombo" de mais de 2 mil milhões de euros a prazo no sistema, caso o plafonamento proposto por PSD/CDS-PP se venha a concretizar. O economista comentou ainda os valores publicados sobre a produção industrial (que aumentara 2% em relação aos valores do mesmo mês do ano passado) e que tinham motivado o dirigente do PSD, Carlos Carreiras, a sustentar que o país estava “no caminho certo”.

"Está a recuperar, mas não é por mérito deste Governo, que nada fez para apoiar os empresários", afirmou o cabeça de lista do PS. Mas acrescentou depois que a comparação internacional não favorecia o país. "Se comparar os números com os outros países da convergência, por exemplo com a Irlanda ou com a Espanha, vê que o crescimento foi muito menor em Portugal do que nesses países".

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