Oposição critica colagem ao Governo

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Cavaco acusado de estar demasiado próximo do Governo Nelson Garrido

Não houve meio-termo: nas reacções ao discurso do Presidente da República a oposição alinhou pela crítica ao que considera uma colagem de Cavaco Silva às políticas do Governo, a direita preferiu olhar para o reconhecimento “justo” que o chefe de Estado fez do esforço dos portugueses nos últimos anos.

O líder parlamentar socialista considerou “compreensível” que o Presidente, num último discurso do 10 de Junho, “queira dar uma ideia de optimismo ao país". Mas Ferro Rodrigues disse achar “menos aceitável que tenha feito um discurso totalmente colado àquilo que é a narrativa da actual coligação de direita sobre a crise, sobre a evolução do pós-crise e sobre a perspectiva futura, sobretudo porque estamos a muitas poucas semanas de eleições".

O comunista António Filipe, também presente em Lamego, alinhou pela mesma crítica. Recusou a “visão de oásis” transmitida por Cavaco Silva, classificou o discurso de “intervenção” na campanha eleitoral, e manifestou-se “chocado” por o Presidente se ter assumido como "um participante activo nas políticas que têm levado o país à situação que se apresenta" e não como o Presidente de todos os portugueses.

Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS-PP preferiu realçar o sentimento de “esperança” deixado pelo chefe de Estado, considerando ter ouvido um discurso “muito adequado ao Dia de Portugal e dos portugueses” por ser “mobilizador” e sem esconder os desafios que o país tem pela frente.

"Foi um discurso que mostrou um reconhecimento justo, se não mesmo uma gratidão muito justificada ao povo português, às famílias portuguesas e às empresas portuguesas, pela capacidade, pela tenacidade que denotaram ao longo dos últimos anos", afirmou, por seu turno, o social-democrata Luís Montenegro.

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