Katmandu deslocada vários metros

O Nepal situa-se numa "zona de colisão" entre duas placas tectónicas.

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Katmandu, capital do Nepal, após o violento abalo do fim-de-semana Navesh Chitraka/REUTERS

Existe uma “zona de colisão” entre a placa tectónica indiana e a placa eurasiática precisamente ao nível dos Himalaias, explica ainda Klinger. Mais precisamente, “a placa indiana desloca-se para norte ao ritmo de quatro centímetros por ano”, enfiando-se cada vez mais um pouco por baixo da eurasiática.  

Klinger e colegas de outros países estudam há vários anos os sismos antigos nesta região dos Himalaias, tentando construir um “ciclo sísmico” que permita prever a periodicidade destes violentos eventos. Uma versão actualizada do seu estudo deverá ser publicada em breve.

“A nossa estimativa é que este tipo de sismos poderá acontecer mais ou menos cada 700 anos”, explica, acrescentando que a última ruptura antes da de há uns dias “aconteceu provavelmente em 1344”. “Já tínhamos visto que a secção que acabou de romper tinha atingido um nível de carga provavelmente próxima do limiar de ruptura.”

Devido ao fenómeno, a zona em redor de Katmandu terá “escorregado uns três metros para sul”, explicou à AFP James Jackson, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), afirmando ainda que a região da capital nepalesa ganhou cerca de 50 centímetros de altitude enquanto uma outra zona, mais a norte, desceu 50 centímetros.

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