Da criação à apresentação, a música cabe toda neste festival em Guimarães

O Westway Lab, que começa esta sexta-feira em Guimarães, cruza residências artísticas, conferências e concertos de bandas como os Sensible Soccers, Noiserv ou Mr. Herbert Quain.

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O singer-song writer holandês Blaudzun actua no Centro Cultural Vila Flor a 18 de Abril Andreas Terlaak

Artistas em residência, criando música nova; conferências com nomes experientes da indústria; concertos de projectos novos e bandas consolidadas. Eis o Westway Lab, festival de Guimarães, que abre, esta sexta, a sua segunda edição. Durante a próxima semana, a música cabe toda no Centro Cultural Vila Flor.

O Westway Lab é um festival de música diferente dos que habitualmente acontecem no país. Antes de o público poder assistir aos espetáculos, há espaço para o trabalho colaborativo entre os músicos, em residências artísticas e também para formação, com um ciclo de conferências com profissionais da indústria musical. Por isso, o evento prolonga-se por cerca de uma semana, começando esta sexta-feira e terminando no sábado da próxima semana, com um dia intenso de concertos. “É um festival de 360 graus”, ilustra o programador do Westway Lab, Rui Torrinha. “Conseguimos cruzar processo, pensamento e produto”.

Uma das componentes que distingue este festival é a possibilidade de contacto com profissionais experientes da indústria musical. O ciclo de conferências Pro, que decorre no segundo fim-de-semana do evento, tem, entre os oradores, o manager veterano Keith Harris, que, desde 1974, passou por algumas das grandes editoras internacionais, como a EMI, onde trabalhou com Elton John, ou a Motown, onde representou Marvin Gaye, Diana Ross ou Stevie Wonder. Entre os convidados estão também Jeff Thompson, fundador da agência britânica UnConvention, e Markus Linde, que criou a agência Thag’s Agent, e tem no currículo incursões pela CBS, BMG e Sony Music.

Mas o eixo principal do programa do festival vimaranense são as residências, que vão decorrer no Centro de Criação de Candoso, uma antiga escola primária que Guimarães transformou em espaço de trabalho para artistas, em 2012. Nas antigas salas de aulas vão trabalhar, lado a lado, músicos nacionais como Guillermo de Llera (Primitive Reason), Pedro Oliveira (Dear Telephone e peixe:avião), PZ ou José Figueiredo (Smix Smox Smux e peixe:avião) e criadores internacionais como os islandeses Young Karin, Kid Simius (Alemanha) ou Fabrizio Cammarata (Itália).

O resultado do trabalho de colaboração entre estes músicos será apresentado ao público em showcases que vão decorrer na próxima semana (dias 16 e 17 de Abril), às 22h, no café concerto do CCVF, com entrada gratuita. Além das novas criações que resultem da semana de trabalho em conjunto, Young Karin e Fabrizio Cammarata vão também fazer pequenos concertos de apresentação do seu trabalho anterior.

O Westway Lab assinou uma parceria para que alguns dos trabalhos musicais que daqui nasçam possam ser disponibilizados para ser emitidos nas rádios da União Europeia de Radiodifusão, que em Portugal é representada pela rádio pública. Para Rui Torrinha, este é também uma parte “muito importante” do evento: “É preciso criar lastro e garantir visibilidade dos conteúdos que se produzem”. O festival está, por isso, também associado à rede ETEP (European Talent Exchange Program) – do qual fazem parte festivais como Eurosonic (Holanda) –, de forma a promover a entrada dos músicos nacionais no circuito internacional de música independente.

O Westway Lab termina no sábado, 18 de Abril, com um dia mais festivo, no qual haverá quatro concertos. Às 21h30, os vila-condenses Sensible Soccers tocam no pequeno auditório do CCVF. Os concertos continuam na sala principal do centro cultural vimaranense com o lisboeta Noiserv em formato semi-acústico, e o singer-song writer holandês Blaudzun. A noite encerra com os ritmos eletrónicos de Mr. Herbert Quain.

A entrada nos espectáculos do dia de encerramento tem preços entre os três e os 12 euros. 

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