Não é de agora, que o psicadelismo, enquanto género musical, mais exposto ou mais subterrâneo, anda por aí há muito.

Mas é inegável que, nos últimos anos, se tem mostrado inspirador para gente de uma nova geração que desatou a pegar em instrumentos e a formar bandas sob o mote fundador dos 13th Floor Elevators: “you gotta open up your mind and let everything come through”.

Lisboa terá este fim-de-semana um centro para onde esta música, na sua vaga mais recente, confluirá. O título não engana: Lisbon Psych Fest. Acontece no Teatro do Bairro esta sexta, dia 10, e sábado, dia 11, e reúne bandas portugueses, norte-americanas, britânicas, espanholas e holandesas. Hoje, os Keep Razors Sharp, nascidos da união de músicos dos Sean Riley & The Slowriders, The Poppers, Riding Pânico e Capitão Fantasma, serão os cabeças de cartaz e continuarão a apresentar as canções do celebrado álbum de estreia homónimo, editado o ano passado. Acompanham-nos a canadiana Tess Parks, cuja música já chamou a atenção de Anton Newcombe, o “inventor” dos Brian Jonestown Massacre, a exuberância luminosa dos holandeses PAUW (sitar incluído), e os britânicos Black Market Karma, discípulos dos Black Angels, e Thelightshines, quais Spacemen 3 produzidos por Phil Spector.

Dia 11 o destaque vai para o garage-rock pintalgado de LSD dos americanos Vacant Lots. Actuam depois dos portugueses Dreamweapon, que extraíram do pós-rock as suas qualidades terapêuticas para massajar o cérebro de quem ouve, e Basset Hounds, que chegam ao psicadelismo pelas curvas e contracurvas do prog. No mesmo dia, veremos também os britânicos Desert Mountain Tribe e os espanhóis My Expansive Awareness (se alguém ainda se recordar dos Warlocks, pois aqui estão dois exemplos da sua descendência).

Os bilhetes diários custam 15€ e os passes para os dois dias 25€. Após os concertos entram em cena, na sexta, os DJs do programa Floresta Encantada, da Radar, e sábado, a dupla formada por A Boy Named Sue e Nick Allport, organizador do festival Reverence Valada.