Quer criar um novo indicador estatístico? A Pordata vai premiar os melhores

Um prémio, uma série de programas de televisão de um minuto, um projecto para crianças. São algumas das apostas da Pordata.

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Em Setembro é lançada uma nova área no Pordata com estatísticas em linguagem adaptada para crianças Daniel Rocha (arquivo)

Quantos casamentos houve em Portugal nos últimos anos? E divórcios? Qual tem sido a evolução do PIB nas últimas décadas? Como têm crescido a taxa de pobreza e as desigualdades? A 23 de Fevereiro de 2010 foi apresentada a base de dados Pordata. No site passaria a ser possível consultar estatísticas provenientes de mais de 60 organismos oficiais que responderiam a estas e a muitas outras perguntas sobre o país. A Pordata recebeu mais de 25 milhões de visualizações de então para cá.

Nesta segunda-feira, no âmbito das celebrações do quinto aniversário do projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, foram divulgadas as principais novidades que marcarão a agenda da Pordata em 2015 — “Aproximar as pessoas das estatísticas” é o grande objectivo, explica ao PÚBLICO Maria João Valente Rosa, directora da Pordata.

Uma das novidades é um prémio anual. Querem-se propostas de indicadores inovadores, que representem uma mais-valia para a compreensão e conhecimento da sociedade, explica. Pode concorrer qualquer cidadão ou grupo de cidadãos. Mas são especialmente encorajadas as propostas de investigadores da comunidade científica nacional. As candidaturas para a primeira edição estão abertas a partir desta segunda-feira e até 23 de Maio.

Os candidatos podem apresentar propostas para três tipos de indicadores, de acordo com a sua originalidade: indicadores já existentes, desenvolvidos por instâncias nacionais ou internacionais, mas que a Pordata não inclui na sua base de dados; indicadores desenvolvidos pelo investigador ou grupo de investigadores, propostos em trabalhos científicos já publicados ou no prelo; indicadores inéditos desenvolvidos especificamente para o fim de concorrer ao prémio Pordata Inovação.

Estatística para crianças
Da agenda de trabalhos para 2015 consta também o lançamento em Setembro de uma nova área no site da Pordata destinada aos mais jovens, maioritariamente entre os 8 e os 12 anos, denominada Pordata Kids — porque as estatísticas “não devem ser um assunto exclusivo dos adultos”, diz Valente Rosa.

Serão trabalhados dez temas — população, educação, saúde, habitação e conforto, emprego, ciência e tecnologia, justiça, ambiente, cultura e desporto, turismo —  com uma linguagem adaptada às crianças. A nova área deverá ser “uma ferramenta pedagógica e um auxiliar precioso de interesse partilhado entre as crianças e os adultos, os pais, os professores ou os educadores”.

Para “aproximar as pessoas das estatísticas” haverá ainda o “Isto é comigo” — um conjunto de programas feitos em parceria com a RTP sobre conceitos de utilização comum e associados às estatísticas (PIB, dívida pública, inflação, por exemplo). “São explicações de 1 minuto que decifram conceitos de compreensão não imediata, mas que são usualmente utilizados, traduzindo-os para discurso coloquial e recorrendo a um estilo infográfico e videográfico.” Passarão diariamente na RTP a partir de 2 de Março.

Exposição de dados
Em Abril arranca outro projecto: uma exposição no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Chama-se “Pordata Viva — o poder dos dados”, será organizada em parceria com o Pavilhão do Conhecimento e integrará 10 módulos interactivos, o primeiro dos quais, apresentado nesta segunda-feira, é uma escultura que compara as compras e vendas de bens e serviços ao estrangeiro dos 28 países da União Europeia.

A Pordata foi distinguida, em 2011, com o prémio World Summit Award, atribuído pelas Nações Unidas às aplicações mais inovadoras na promoção da sociedade do conhecimento. Reúne mais de 2300 quadros estatísticos. Os temas mais “populares” são População, Emprego e Mercado de Trabalho, Finanças Públicas e Educação, diz Maria João Valente Rosa. Mas o site reflecte muito, também, os temas de cada momento. “Quando houve a questão do aumento do salário mínimo nacional na Grécia, houve muitos acessos aos dados sobre salário mínimo na Europa”, exemplifica. Os dados relativos a pobreza e desigualdades na distribuição de rendimentos também têm sido muito procurados recentemente.

Para além do siteweb, a Pordata tem ainda uma aplicação gratuita para smartphones e está presente nas redes sociais. com Lusa

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