Houve menos mortos na estrada em 2014, mas mais feridos graves

É preciso recuar a 1950 para encontrar sinistralidade tão baixa, revelam dados provisórios da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária.

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Menos acidentes do que no ano passado mas mais mortos Daniel Rocha

Dados provisórios divulgados esta sexta-feira pela Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária revelam que morreram em acidentes automóveis 480 pessoas, menos 38 do que em 2013, o que equivale a uma redução deste tipo de sinistralidade da ordem dos 7,3%. Em contrapartida, registaram-se 117.231 acidentes de viação, mais 1196 do que no ano anterior, dos quais resultaram ainda 2098 feridos graves (mais 44 do que no ano anterior) e 36.373 feridos ligeiros (menos 445).

“É necessário recuar até ao ano de 1950 para se encontrarem valores inferiores a 500 vítimas mortais”, refere a Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária em comunicado. “Nessa época, no entanto, existiam cerca de 100 mil automóveis ligeiros e pesados em circulação, enquanto em 2013 o parque automóvel seguro atingiu um valor próximo dos sete milhões de veículos”.  

Em média, morreram menos de duas pessoas por dia nas estradas portuguesas no ano que terminou, tendo ainda sido contabilizados seis feridos graves a cada 24 horas. Estatísticas muito inferiores às de 2005, por exemplo, altura em que se registavam três mortos e dez feridos graves por dia.

Aveiro e Beja foram os distritos que conseguiram reduções percentuais mais relevantes de vítimas fatais da sinistralidade rodoviária: menos 66% e 34% mortos, respectivamente. Em termos absolutos, o distrito da Guarda foi aquele que menos mortos registou, oito, seguido do de Portalegre, com nove. No topo da escala surgem o Porto, com 63 óbitos, número idêntico ao de 2013, e Lisboa, que no espaço de um ano viu mesmo assim descer de 69 para 58 a cifra de mortes no asfalto.

Bragança, Coimbra, Faro, Leiria, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu foram os distritos onde o número de óbitos continuou a crescer em 2014. O primeiro destes distritos mais que duplicou os mortos, que de seis, em 2013, passaram a 15. Em Coimbra a situação não foi muito melhor (de 24 passou-se para 41 óbitos), nem em Viana do Castelo (de dez para 23) e Vila Real (onde se registaram 20 mortos, praticamente o dobro do ano anterior).

Estas estatísticas ainda podem, porém, vir a revelar-se mais trágicas, uma vez que não incluem por enquanto senão os óbitos verificados no local do acidente ou a caminho do hospital.

Só na época do Natal a GNR registou 14 mortos nas estradas, cinco dos quais atropelados. Um destes acidentes deu-se numa auto-estrada no distrito da Guarda, enquanto outro teve lugar numa estrada nacional do distrito de Leiria, tendo o condutor fugido.

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