Afinal, sobraram 21 vagas para especialidades médicas

A Ordem dos Médicos chegou a temer que este ano duas centenas de jovens médicos não conseguissem vagas para fazer a especialidade.

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Serviços disponibilizados pelas plataformas ainda se concentram nos grandes centros urbanos Foto: Fábio Teixeira

Não se confirmaram os piores receios: este ano até sobraram algumas vagas para o primeiro ano de especialidade do internato médico. Foram 21 os lugares que ficaram por preencher, segundo adiantou nesta terça-feira a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), em comunicado.

Depois de os jovens médicos e de a Ordem que os representa terem contestado na semana passada o curto prazo (menos de quatro dias)  para tomarem uma decisão que condiciona toda a sua vida profissional (escolher a futura especialidade), a ACSS reconsiderou e prolongou até esta segunda-feira o período de selecção.

No final do processo de escolha, “dos 1554 candidatos que se apresentaram a concurso, 1526 escolheram vaga e foram devidamente colocados”, especifica a ACSS. No total, 21 candidatos “não se apresentaram ao processo ou desistiram do mesmo, levando a que no final tenham sobrado 21 vagas”.

Recorde-se que a Ordem dos Médicos chegou a temer que este ano duas centenas de jovens médicos não conseguissem vagas para fazer a especialidade (porque todos os anos saem mais licenciados das faculdades de Medicina), mas entretanto foi possível conseguir lugar para todos fazerem a indispensável formação.

Este ano, por especialidades, só a saúde pública, a patologia clínica e a medicina geral e familiar ficaram com algumas vagas por preencher, sendo que estas vão ser incluídas no concurso que será lançado no final do primeiro trimestre do próximo ano, acrescenta a ACSS. 

Em comparação com 2013, acabaram por ser preenchidas mais 53 vagas na especialidade de medicina geral e familiar, mais oito em oncologia médica e mais sete em anatomia patológica, revela ainda.

Para trás fica um processo marcado por intensa contestação. Na semana passada, vários jovens médicos lançaram mesmo uma petição pública para protestar contra o curto prazo de escolha, depois de a ACSS ter divulgado, na segunda-feira à noite, com atraso, o mapa de vagas, e ter estipulado como limite a sexta-feira. Face aos protestos, acabaria por ceder, alargando o prazo até esta segunda-feira.

Os jovens médicos são internos do chamado ano comum que têm de escolher a especialidade clínica em que se vão formar nos anos seguintes. Depois de terminarem o 6.º ano do curso, os recém-licenciados fazem um ano de estágio (o tal ano comum) e só então se candidatam a uma especialidade.

Como este ano se corria o risco de que o número de vagas para a escolha da especialidade não chegasse para todos os candidatos (há um mês a Ordem dos Médicos chegou a denunciar a falta de 200 vagas), o problema acabou por ser solucionado mas a divulgação do mapa de vagas atrasou-se.

A ACSS justificou, aliás, o atraso na publicação do mapa de vagas com a necessidade de encontrar solução para todos os candidatos. O mapa divulgado na semana passada, destacou então, “representa um acréscimo de mais 71 vagas relativamente ao ano passado”.


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