Duncan Campbell é o vencedor do Prémio Turner 2014
O artista irlandês era apontado como o favorito ao prémio entre os quatro finalistas que incluíam também James Richards, Ciara Phillips e Tris Vonna-Michell.
DUNCAN CAMPBELL / SCOTLAND + VENICE 2013 / INTERVIEW from The Common Guild on Vimeo.
O seu filme It For Others tem de 54 minutos e explora o tema do valor da arte. É também um diálogo e uma resposta ao filme As Estátuas Também Morrem, de Chris Marker e Alain Resnais (1953). Regista ainda uma coreografia do bailarino e coreógrafo Michael Clark (onde este interpreta equações económicas de O Capital, de Karl Marx), explora o universo internacional da comercialização da arte africana e usa uma imagem de 1971 onde se vê Joe McCann (1947 –1972), conhecido como “o Che Guevara do IRA”, para mostrar como as imagens podem ser transformadas em produtos da cultura de massas.
Esta famosa fotografia de McMcann foi tirada um ano antes de ele ter sido morto por soldados britânicos, e passou a fazer parte da cultura pop tendo sido reproduzida em t-shirts. “Ele trata sempre de questões sérias… mas quando o faz, arranja maneira de as abordar de uma forma insólita e este filme é ainda mais incomum do que algum do seu trabalho anterior”, disse na cerimónia a directora da Tate Britain, Penelope Curtis, que este ano presidiu ao júri, citada pela agência Reuters.
O artista irlandês era apontado como o favorito ao prémio entre os quatro finalistas que incluíam também James Richards, Ciara Phillips e Tris Vonna-Michell. Todos têm os seus trabalhos expostos na Tate Britain, em Londres, até ao dia 4 de Janeiro de 2015.
No seu discurso de agradecimento, o artista disse que o dinheiro deste prémio vai fazer "uma grande diferença" na sua vida, acrescentando que só a nomeação já lhe tinha dado um grande alento.
O filme It for Others passou no Riscos, sessão paralela do DOCLisboa, e um outro filme dele, Arbeit, esteve na programação de vídeo da exposição Gente de Terceira Classe, que está no Museu da Electricidade, em Lisboa.
O Prémio Turner, criado em 1984, é um dos momentos mais aguardados do calendário das artes contemporâneas e anualmente distingue o que de melhor se faz no Reino Unido. O prémio vai para o artista plástico britânico que mais se destacar em exposições ou outro tipo de apresentações durante o ano.
O prémio celebra o seu 30º aniversário este ano e entre os vencedores de edições anteriores encontram-se artistas como Damien Hirst, Anish Kapoor e Laure Prouvost, o ano passado.