Três tratamentos do ébola vão começar a ser testados na África Ocidental

Ensaios clínicos acelerados na Guiné-Conacri e Libéria poderão produzir resultados já em Fevereiro de 2015.

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O objectivo dos ensaios é travar o número de mortos entre os infectados com ébola FRANCISCO LEONG/AFP

Na ausência de um tratamento para esta doença, estes ensaios vão começar em Dezembro e os seus resultados poderão estar disponíveis em Fevereiro de 2015, anunciou a organização Médicos sem Fronteiras (MSF), em comunicado divulgado esta quinta-feira.

“Trata-se de uma parceria internacional sem precedentes que representa uma esperança para os doentes terem finalmente acesso a um verdadeiro tratamento de uma doença que mata actualmente entre 50% a 80% daqueles que são infectados”, sublinhou Annick Antierens, médico que está a coordenar estes ensaios clínicos.

Um ensaio da Universidade de Oxford com o medicamento antiviral brincidofovir a ser realizado no centro ELWA 3 de Monróvia, a capital da Libéria, está a postos para avançar, mas os MSF aguardam ainda a luz verde das autoridades locais.

Dois outros testes estão previstos para a Guiné-Conacri, um levado a cabo pelo INSERM (o instituto francês para a saúde e investigação médica), utilizando o antiviral favipiravir, que vai ser feito em Guéckédou, e o outro do Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, utilizando uma terapia à base de sangue e plasma de pessoas que tiveram ébola e estão convalescentes, que vai realizar-se em Conacri, a capital.

A Organização Mundial da Saúde associou-se a estes ensaios. O seu último balanço relativo à epidemia do ébola, divulgado na quarta-feira, dá conta de 5160 mortos num universo de 14.098 casos de infecção.

“Sendo uma das principias organizações operacionais que faz tratamentos na África Ocidental, os MSF vão participar nestes testes clínicos acelerados para dar àqueles que estão contaminados maiores possibilidades de sobrevivência”, disse o Antierens, citado pela AFP.

Cerca de 400 pessoas vão participar voluntariamente nos ensaios clínicos, mas esse grupo pode vir a ser alargado, se os primeiros resultados forem promissores.

“Realizar estudos clínicos de medicamentos experimentais no meio de uma crise humanitária é uma nova experiência para todos nós, mas estamos determinados a não decepcionar as populações da África Ocidental”, declarou o professor Peter Horby, investigador principal do ensaio levado a cabo pela Universidade de Oxford.

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