Os governantes que apostaram na PT

As cotações da telefónica caíram para mínimos históricos. Os membros do Governo têm quase meio milhão de euros investidos em acções e obrigações da PT

Há uma dúvida, para começar. António Pires de Lima mandou alienar todas as “acções portuguesas” que tinha em 2013, quando chegou ao Governo. Mas o ministro tinha, além de acções, outro tipo de títulos: 100 mil obrigações – títulos de dívida – da PT, que valiam, há um ano, perto de 100 mil euros.

Dessas, não há qualquer registo de venda na documentação entregue ao Tribunal Constitucional. E o ministro, a quem o PÚBLICO pediu que esclarecesse se isso se deveu a um lapso na informação ou se mantinha essa carteira na sua posse, optou por não responder.

O maior “credor” da PT no Governo é Miguel Morais Leitão, que investiu 326.775 euros em obrigações da PT SGPS. Morais Leitão, tal como esclareceu ao PÚBLICO a propósito do BES, informa que “não vendeu nenhum dos títulos referidos”. Com a acentuada perda de valor da empresa em bolsa (vale, hoje, quase um quarto do que vali há um ano), arrastada também pela crise do GES, os seus credores, como Morais Leitão e Pires de Lima, não têm um investimento seguro. Pior estão os accionistas. José Ferreira Gomes, secretário de Estado do Ensino Superior (20 mil euros) e Rui Machete (16.800 euros) podem ter perdido três quartos do que investiram.

 

Notícia corrigida às 11h02, substitui, no terceiro parágrafo, segunda linha, Miguel Galvão Teles por Morais Leitão.

Sugerir correcção
Comentar