Scolari precisa dele como nunca, mas Fred tarda a encontrar-se

O avançado do Fluminense é, para já, o segundo pior ponta-de-lança titular do Brasil em Mundiais.

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Fred FABRICE COFFRINI/AFP

E se Willian e Bernard são os naturais candidatos a ocupar a vaga deixada em aberto no ataque, houve um outro nome que, face à ausência do menino de ouro do Brasil, acabou no epicentro das discussões quanto às hipóteses da equipa de “Felipão” sem a jóia da coroa — nada mais do que Frederico Chaves Guedes, o homem que ocupa a posição mais avançada no “onze” “canarinho”.

Em teoria, a ausência do astro da equipa abre espaço para Fred reivindicar um papel mais influente, só que a história mais recente não parece abonar a favor desta tese. Na verdade, o ponta-de-lança bate-se, neste momento, para fugir a um daqueles “títulos” que nenhum jogador gosta de ter no currículo — o de ser, para já, o segundo pior avançado do Brasil num Campeonato do Mundo.

Segundo a imprensa do país, o único a ter um desempenho mais negativo foi Alcindo, que, no Mundial de 1966, em Inglaterra, actuou durante dois jogos completos sem conseguir visar a baliza adversária com sucesso uma única vez. Ora, se Fred até o fez na vitória frente aos Camarões, por 4-1, não há como fugir ao facto de um remate certeiro em 407 minutos ser manifestamente pouco para um jogador a quem é exigido, acima de tudo, que saiba facturar. Na verdade, nos cinco jogos disputados até agora, o avançado tem uma média de apenas 2,4 remates por jogo.

Por isso, Alan Shearer, antigo internacional inglês, não hesita em afirmar que o Brasil “joga, neste momento, com dez”. E nem Tostão, antigo avançado dos “canarinhos”, poupa o atacante do Fluminense: “Tem um raio de acção pequeno, joga muito estático. Tem-se esforçado, mas no geral é um jogador fraco.”

Se alguns justificam o mau momento actual com o facto de Fred ter sofrido várias lesões desde que, há um ano, foi o melhor marcador da Taça das Confederações, com cinco golos, outras teorias há segundo as quais o principal problema deste Brasil é a ausência de quem lhe faça chegar a bola em condições. Na realidade, o jogador que mais vezes serve Fred é o guarda-redes Júlio César, o que diz muito quanto à capacidade de esta selecção proporcionar oportunidades de golo ao seu avançado. Não espanta que, quando Jô foi chamado a ocupar o seu lugar, frente ao México e ao Chile, a experiência tenha sido igualmente decepcionante.

Talvez por isso Luiz Felipe Scolari não desarme na defesa do ponta-de-lança. “Frente à Colômbia, foi muito participativo. Isso fez com que tivéssemos um suporte defensivo muito importante em determinadas situações, como nas jogadas aéreas”, defendeu. Hoje, Fred até regressa a um estádio do qual guarda as melhores recordações: ao longo das épocas em que jogou no Cruzeiro e no América, clubes locais, apontou no Mineirão nada mais do que 42 golos em 48 jogos. E que jeito dava aos brasileiros que o avançado voltasse a ser feliz no seu estádio-talismã.  

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