UTAD e empresa líder de mercado holandesa querem aumentar longevidade das saladas

A Vezet BV é uma das maiores empresas da Europa e procura soluções para prolongar a validade dos alimentos.

Foto
Enric Vives-Rubio

O Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), quer, juntamente com uma das maiores empresas da Europa na produção de saladas e actual líder de mercado holandesa, a Vezet BV, encontrar soluções para aumentar a longevidade das saladas.

Para concretizar esta parceria, a Vezet BV visitou no passado sábado o CITAB na procura de soluções inovadoras para alguns problemas, incluindo uma das questões mais fulcrais da indústria: como aumentar a validade dos frutos e vegetais cortados, através de processos naturais, sem produtos químicos.

Alfredo Aires, investigador no laboratório de fitoquímicos da UTAD, acredita que a colaboração do CITAB será uma mais-valia para a empresa holandesa uma vez que se pretende “desenvolver estudos de raiz para a Vezet BV, que respondam a problemas concretos da indústria e das empresas agro-alimentares”, explica. Uma vez que alguns dos constituintes hortícolas das saladas entram rapidamente em degradação a partir do momento que são colhidos, “o que se pode fazer é reduzir ao mínimo a sua degradação e aumentar ao máximo as características que permitem a sua comercialização, não esquecendo que qualquer produto alimentar não é eterno e as saladas têm um período de validade muito curto, degradam-se rapidamente”, acrescenta.

Nesse sentido, já estão a ser estudadas pelo CITAB soluções ao nível do tipo de embalagem que se pode utilizar para a preservação das saladas, condições de conservação ideais para cada produto, assim como o tipo de saladas que mais eficazmente podem ser comercializadas.

“Queremos garantir que o consumidor tem acesso a um produto fresco, com todos os benefícios e nutrientes, por mais tempo. Temos como objectivo melhorar, de forma contínua, a qualidade das nossas saladas e, para isso, temos de estar um passo à frente da produção”, explica um dos responsáveis do Departamento de Investigação e Desenvolvimento (I&D) da empresa holandesa, Francisco Gonçalves.

Os responsáveis da Vezet BV pretendem, ainda, que os investigadores apontem novos usos à água utilizada na lavagem dos produtos hortícolas, assim como, conhecer os estudos desenvolvidos pelo centro que poderão dar frutos na realidade empresarial.

Segundo Alfredo Aires, a possível aliança entre o mundo da investigação e o mercado empresarial que poderá resultar deste encontro, “representa uma grande oportunidade” para a UTAD que espera conseguir dar resposta aos problemas colocados pela empresa

“Nós queremos estar ligados ao mercado real, no fundo, fazer uma investigação que seja aplicada à realidade de forma a melhorar o produto final”, conclui.

Pelas instalações da Vezet BV passam, todos os meses, cerca de seis mil toneladas de matéria-prima, entre pimento, alho francês, cenoura, pepino, rúcula, maçã, ananás e melão, num total de cerca de 200 produtos. A maior parte da produção destina-se ao mercado holandês. A empresa importa a maior parte da matéria-prima de Espanha. No entanto, Francisco Gonçalves e Alfredo Aires não descartam a possibilidade de a empresa vir a apostar em produtos portugueses.

Sugerir correcção
Comentar