A Polícia Judiciária está a libertar celas a fim de poder alojar novos detidos relacionados com o escândalo da Casa Pia.

A notícia de novas detenções para breve poderá ser sustentada pelo facto de o estabelecimento prisional ter feito vagar celas no piso onde Carlos Cruz e Carlos Silvino estão a cumprir prisão preventiva. Houve transferência dos reclusos deste piso para outros e, inclusive para outros estabelecimentos prisionais da zona de Lisboa.

Sabe-se que os 650 alunos internos dos 34 colégios da Casa Pia estão a ser interrogados um por um pela polícia. A finalidade é tentar cruzar testemunhos que possam conduzir a novas detenções.

Segundo apurou o “Diário de Notícias”, quase diariamente, pelas 09h00, viaturas da PJ vão aos colégios buscar pequenos grupos de crianças a fim de que possam prestar declarações na rua Gomes Freire.

Esta mega-operação estende-se também, segundo o DN, aos 102 educadores dos 34 lares da instituição, que começaram por ser ouvidos em grupos na Casa Pia e depois individualmente.

De acordo com o diário, os interrogatórios já estão concluídos nos nove lares do colégio Maria Pia, em Xabregas, onde estão 180 educandos, com idades entre os quatro e os 18 anos, em regime de internato e 27 educadores.

O advogado João Nabais vai apresentar até ao final da semana recurso da decisão do juiz de manter em prisão preventiva o seu cliente João Ferreira Diniz, o médico detido na sexta-feira pela Polícia Judiciária por suspeitas de pedofilia.

Em declarações hoje à Lusa, João Nabais afirmou que vai "sem qualquer dúvida" apresentar recurso da decisão de manter em prisão preventiva João Ferreira Diniz.

"Vou fazê-lo nos próximos dias. Até ao final desta semana", disse à Lusa, escusando-se a fazer mais comentários.

Instado pela Lusa a comentar a situação do seu outro cliente no mesmo caso, o advogado Hugo Marçal, João Nabais recusou fazer qualquer comentário.

Hugo Marçal (ex-advogado de Carlos Silvino), o médico João Ferreira Diniz e o apresentador de televisão Carlos Cruz foram detidos na sexta-feira à noite por suspeitas de pedofilia.

Hugo Marçal saiu em liberdade, com termo de identidade e residência e mediante pagamento de uma caução de dez mil euros, mas Carlos Cruz e João Ferreira Diniz ficaram presos preventivamente nos calabouços da Polícia Judiciária.

Entretanto, os advogados de Carlos Cruz, António Serra Lopes e Ricardo Sá Fernandes, contam igualmente apresentar já hoje o pedido de recurso.