Um simulacro de naufrágio de uma embarcação de recreio em águas internacionais do rio Minho, que envolveu centena e meia de homens de 30 entidades de Portugal e Espanha, serviu nesta quarta-feira para testar o projecto de Assistência Recíproca Inter-regional em Matéria de Emergências (ARIEM-112), que começará a funcionar em pleno no próximo mês.

Norte de Portugal, Galiza e Castela e Leão são as três regiões abrangidas por este projecto, que está a ser desenvolvido há mais de um ano. O simulacro desta quarta-feira, que decorreu em Vila Nova de Cerveira, foi o terceiro realizado por este projecto e serviu para pôr à prova a capacidade de articulação dos meios de socorro e salvamento nos dois lados do rio Minho.

O “112" transfronteiriço dispõe de uma plataforma informática, através da qual são feitos os pedidos de ajuda e accionados os meios inseridos nessa plataforma, segundo revelou  o comandante do Agrupamento Norte da Protecção Civil, tenente-coronel, Paulo Esteves.

Coordenada pelo posto de Comando Avançado da Agência galega de Emergência, que transmite em tempo real dados e imagens em vídeo aos centros de emergência envolvidos nos dois lados da fronteira, a operação resgatou 11 vítimas, algumas delas mortais.

Durante o simulacro de naufrágio foi revelado que o “112” fronteiriço vai contar com um sistema de videoconferência para facilitar a comunicação entre as três regiões envolvidas.

Abrangendo uma população global nos dois lados da fronteira de quase 572 mil pessoas, o projecto ARIEM-112 foi pensado para facilitar o acesso aos serviços públicos de emergências das três regiões, 24 horas por dia, eliminando, desta forma, barreiras territoriais impeditivas da mobilização de serviços e recursos, numa extensão de 16.637 quilómetros quadrados.

O Pacto de Ajuda Mútua, que formalizou a cooperação entre as três regiões, foi assinado há pouco mais de meio ano, numa cerimónia na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, entidade que coordena o projecto do lado português.

Do lado nacional, participaram nesta operação, entre outras entidades, o Comando Distrital de Operações de Viana do Castelo e Bragança, bombeiros de Vila Nova de Cerveira, Caminha e Valença e os mergulhadores de Viana do Castelo e de Caminha, Polícia Marítima, INEM, GNR, PSP e Protecção Civil, com forças e especialidades idênticas do lado das duas regiões espanholas.

Co-financiado a 75% pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal, o ARIEM 112 teve um investimento global de 400 mil euros, contando, ainda com um investimento de 600 mil euros até ao final do primeiro semestre de 2015 pela Junta da Galiza, igualmente co-financiado em 75%