Três acusados pela morte a tiro de jovem no Cais de Gaia

Foram impedidos de entrar na discoteca e voltaram para se vingarem. Mataram um funcionário e alvejaram o irmão deste que sobreviveu.

Foto
No terreno estiveram 700 agentes Foto: Fernando Veludo/Nfactos

O Ministério Público de Vila Nova de Gaia deduziu recentemente uma acusação contra três detidos pela Polícia Judiciária (PJ) que, em Outubro de 2013, balearam mortalmente um jovem de 26 anos e feriram gravemente outro num bar do Cais de Gaia.

Os arguidos estão acusados de um crime de homicídio qualificado, dois crimes de homicídio na forma tentada e um crime de detenção de arma proibida, segundo se lê numa nota da Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP) à qual o PÚBLICO teve acesso.

Os disparos – um funcionário morreu e o irmão dele foi atingido por seis projécteis – ocorreram na madrugada de 5 de Outubro do ano passado na discoteca Barcas Dance Room, na Avenida Ramos Pinto, adianta a PGDP. Segundo o MP, os três arguidos, entre os 22 e os 31 anos, aguardam julgamento em prisão preventiva.

Nessa noite, de acordo com a acusação do MP, deduzida no início de Abril, “dois dos arguidos, desagradados com a intervenção dos seguranças de tal estabelecimento numa contenda em que se tinham envolvido com outros indivíduos, decidiram que regressariam ao estabelecimento munidos de armas de fogo e que se vingariam disparando contra quem aí se encontrasse”.

Dois dos detidos haviam sido impedidos de entrar naquela discoteca o que logo provocou fortes desacatos no local e moveu as ameaças que mais tarde se consumaram.

Pediram ajuda para a vingança
No plano de vingança, diz o MP, “convocaram” então “um terceiro arguido que concordou nos referidos propósitos e os três demandaram de novo à discoteca por volta das 5h15” com “duas espingardas caçadeiras, uma delas de canos serrados e respectivas munições”. Um deles, acrescenta a procuradoria, “ficou então ao volante do veículo em que se transportavam, pronto para assegurar a fuga”.

Nesse contexto, o MP argumenta ainda que “um ficou à porta impedindo entradas e saídas e o outro efectuou três disparos visando pessoas” que estavam no bar. Os disparos ocorreram quando o bar se encontrava já próximo da hora de fecho. De acordo com notícias da altura, as vítimas que se haviam envolvido na escaramuça, já acreditavam que o assunto estaria resolvido apesar das promessas de vingança.

Um dos funcionários, atingido com um tiro no peito, teve morte imediata. Após o primeiro tiro, caiu no chão e ainda terá sido alvejado mais algumas vezes pelos suspeitos. A vítima era quem tinha tentado apaziguar antes a discussão com eles. Quando os bombeiros chegaram e o encontraram já nada puderam fazer.

O irmão deste foi atingido por seis disparos, mas sobreviveu. No local, os bombeiros conseguiram estancar três hemorragias. Aliás, apesar de estar bastante enfraquecido, foi ele quem pegou logo no telemóvel para avisar o pai das vítimas, um taxista, do que tinha sucedido.     

Sugerir correcção
Comentar