Sem ministros e sem o CDS, os deputados do PSD reúnem-se hoje e amanhã, num hotel em Viseu, para debater temas do pós-troika em três eixos: dívida, economia e demografia.

A sustentabilidade da dívida, que o Governo defende com intransigência, é o tema do primeiro painel, marcado para esta segunda-feira à tarde, e para o qual foi convidada Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas, e o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins. Teodora Cardoso foi uma das vozes que contestou o teor do manifesto que defende a renegociação da dívida, subscrito por 74 personalidades portuguesas e por 70 economistas estrangeiros.

Um segundo painel é dedicado à sustentabilidade económica, com o Presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo), Pedro Reis, e o empresário João Cotta. A demografia é o tema proposto do terceiro debate que terá como oradores Jorge Bravo, especialista em segurança social, e Joaquim Azevedo, que foi indicado por Passos Coelho para presidir a um grupo de trabalho governamental sobre a natalidade.

Luís Montenegro, líder da bancada do PSD, assume que desta vez não haverá “interacção com ministros”, tal como tem acontecido nas últimas jornadas parlamentares conjuntas com o CDS, e que desta vez optaram por abrir a “reflexão à sociedade civil”. A única excepção à ausência de membros do Governo é a do líder do PSD e primeiro-ministro Passos Coelho, que fará a intervenção de abertura das jornadas. 

O líder da bancada parlamentar do PSD assume que estas jornadas parlamentares são viradas para o pós-troika. "Estão vocacionadas para o futuro, independentemente de não esquecermos o passado", afirmou. Luís Montenegro rejeita a ideia de que as jornadas venham a passar ao lado de temas como as reformas estruturais, um dos pontos considerados essenciais no ajustamento. "Não podemos discutir os temas todos. Quando falamos das reformas da Segurança Social estamos também a falar da reforma do Estado", respondeu aos jornalistas. De fora ficam outros temas polémicos que dividiram a bancada como o da co-adopção. 

A bancada do PSD espera ainda realizar outras jornadas parlamentares em conjunto com o CDS e com o PP espanhol, no mês de Abril, em Lisboa.