As expulsões cegas no PSD

Não foram expulsos os 400 militantes do PSD que, após as eleições autárquicas, foram acusados pelos seus colegas de partido do crime de apoiarem candidatos não-oficiais.

Foram afinal “apenas” 139. De entre estes, nomes como o histórico António Capucho, ele próprio co-autor das regras estatutárias que proíbem a prática. Muitos já defenderam que “há limites” para a liberdade de expressão num partido e que “regras são regras”. Os novos 11.600 militantes do PSD ficaram a saber ao que vêm. Tudo seria normal se as últimas autárquicas tivessem sido iguais a tantas outras. Não foram. Houve 90 candidatos independentes e 13 foram eleitos. Destes, alguns são conhecidos militantes do PSD. Os “traidores” não quebraram as regras para apoiar candidatos comunistas. Fizeram-no para apoiar outros candidatos do próprio PSD. Como em todas as decisões, dos tribunais às empresas, as regras não podem ser aplicadas de forma cega.

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