PCP acusa Governo de “acicatar” clima de indignação nas forças de segurança

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Miguel Manso

O PCP acusou esta quinta-feira o Governo de criar falsas expectativas ao fingir negociar com as forças e serviços de segurança, e de tornar pública a intenção de castigar os agentes que se manifestaram a 21 de Novembro, contribuindo assim para “acicatar um clima de ainda maior indignação”.

Numa nota enviada à comunicação social depois de terminada a manifestação das forças e serviços de segurança desta quinta-feira frente ao Parlamento, os comunistas consideraram o protesto “a maior manifestação de sempre destes profissionais”, numa prova do “mal-estar que percorre estes sectores”.

A manifestação, no seguimento da de Novembro passado, diz o PCP, “tornou claro que o Governo não só não respondeu aos problemas que atingem estes profissionais, como adoptou novas medidas de penalização das suas vidas”. Mais: desde o primeiro protesto, que levou os polícias a invadirem as escadarias do Parlamento, chegando mesmo até à porta, o Governo “fingiu encetar um processo de diálogo, abrindo expectativas, ao mesmo tempo que ia anunciando novas medidas penalizadoras para os profissionais das forças e serviços de segurança”.

O PCP recorda as declarações do ministro da Administração Interna que no Parlamento sublinhou que as forças de segurança não podem ser tratadas de forma igual à dos restantes trabalhadores da administração pública precisamente por serem diferentes.

Mas essa diferença, afinal, não tem sido tida em conta, criticam os comunistas. Que enumeram os “novos cortes nos direitos na saúde”; o “regime disciplinar mais apertado e recessivo” para algumas forças; o “tratamento desigual (…) no vínculo à lei dos trabalhadores em funções públicas; “a crescente degradação das condições para o exercício profissional, seja do ponto de vista material, seja do ponto de vista do número de efectivos, a que se soma a crescente desmotivação fruto da situação criada pela política do Governo”. Em suma, “o profundo sentimento de injustiça daí resultante só poderia adensar-se”, sintetiza o PCP.

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