Expedição regista para memória futura património submerso no Baixo Sabor

A iniciativa é do Grupo Risco que irá elaborar desenhos da fauna, flora, paisagens e locais.

Foto

Um grupo de 15 desenhadores inicia nesta quarta-feira uma expedição de dois dias ao Baixo Sabor para registar para memória futura o património que a nova barragem irá submergir.

Nesta expedição serão elaborados desenhos da fauna, flora, paisagens e locais dos cerca de 50 quilómetros por onde se vai estender a albufeira da barragem do Baixo Sabor, em fase de conclusão, no sul do distrito de Bragança.

A iniciativa é do Grupo Risco, uma organização sem fins lucrativos, que irá realizar este trabalho não remunerado e oferecer os desenhos ao município de Alfândega da Fé, um dos concelhos da área de influência do empreendimento hidroeléctrico, segundo divulgou a autarquia local.

O Grupo do Risco desenvolve actividade no campo da ilustração científica, desde desenho, fotografia e vídeo, e é constituído por investigadores e ilustradores de áreas como a biologia, medicina, arqueologia, arquitectura, design, fotografia, entre outras.

Desde 2007 que organiza uma expedição anual a locais de interesse particular para desenho e trabalho de campo, em que se destacam as das Berlengas, Douro Internacional, Ria Formosa, Arrábida, Amazónia, Caramulo e Costa da Laurissilva na Ilha da Madeira.

O Baixo Sabor é agora o motivo da nova expedição de 15 elementos do grupo, que vão centrar-se na área submersa pela barragem, bem como outros pontos de interesse no concelho de Alfândega da Fé, como o Vale da Vilariça e a Serra de Bornes, e de outros concelhos vizinhos.

Todo o material publicado, resultante desta expedição, será posteriormente disponibilizado à Câmara Municipal de Alfândega da Fé, que entende esta iniciativa como “uma óptima forma de promover e divulgar traços identificativos do concelho, e de registar para memória futura alguns dos locais que vão ficar submersos pela Barragem do Baixo Sabor”.

De acordo com informação divulgada pela autarquia, o desenho constitui-se como denominador comum deste grupo de trabalho, cujos elementos foram reunidos nos últimos anos entre colaboradores e antigos alunos de Pedro Salgado, fundador do grupo e coordenador do projecto.

“A formação em desenho científico é, portanto, o tronco comum reunindo pessoas cuja actividade profissional se situa no campo das artes e das ciências”, acrescentou.

O nome “Grupo do Risco” é uma homenagem à Casa do Risco, escola setecentista do desenho científico português, situada no Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa.

Sugerir correcção
Comentar