Seguro desafia Barroso a assumir responsabilidades no ajustamento de Portugal

As consequências sociais do programa foram classificadas pelo líder do PS como brutais.

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António José Seguro já pensa na formação de um futuro governo Rui GaudÊncio

"Nós devíamos estar neste momento a fazer um balanço dos resultados do programa de assistência financeira e, desse ponto de vista, o presidente da Comissão Europeia tem de assumir as suas responsabilidades. Ele e o Governo, porque sempre defenderam que estes objectivos eram concretizáveis e que Portugal ficara melhor depois da execução do programa", afirmou aos jornalistas em Londres, após uma palestra na universidade London School of Economics.

Para Seguro, o programa teve "consequências trágicas do ponto de vista social", nomeadamente o aumento "brutal" do desemprego e emigração, e "sobretudo o empobrecimento do nosso país e o aumento das desigualdades".  Durão Barroso afirmou na segunda-feira em Bruxelas que "a situação evoluiu favoravelmente, mais ainda do que se previa", e que, por isso, são possíveis tanto uma saída do programa com regresso directo aos mercados como apoio de um programa cautelar, solução que em Janeiro manifestou preferir.

Porém, sublinhou a necessidade de um acordo alargado em torno de uma estratégia de médio prazo, para o crescimento económico e com "horizontes de redução da despesa e do tecto da dívida pública".

"Quanto maior for o consenso entre as forças políticas maior será a confiança em Portugal, portanto, menos Portugal terá de pagar de juros para financiar as suas despesas", vincou.

Aos jornalistas, António José Seguro defendeu que "estes assuntos devem ser tratados com rigor, seriedade e muita clareza" e reiterou o compromisso do PS com o equilíbrio das contas públicas. "Se o presidente da Comissão Europeia quer ouvir as posições do Partido Socialista, sabe como nos contactar", enfatizou.