Marques Mendes mostra documento das finanças “sem nenhum litígio”

Social-democrata reafirma a sua inocência em relação a venda de acções por empresa que geria. “Há pessoas como eu que prezam a ética”, diz.

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Luís Marques Mendes Rui Gaudêncio (arquivo)

O social-democrata e actual conselheiro de Estado de Cavaco Silva, Luís Marques Mendes, voltou a insistir neste sábado que “nunca fugiu ao fisco”, no programa semanal onde comenta no Jornal da Noite da SIC.

O caso foi avançado na edição de 20 de Janeiro do Jornal de Notícias, numa notícia intitulada “Fisco apanha Marques Mendes em venda ilegal de acções”. Na notícia explica-se que o “fisco detectou vendas ilegais de acções da Isohidra feitas por Marques Mendes e Joaquim Coimbra, em 2010 e 2011, e que terão lesado o Estado em 773 mil euros”.

A Isohidra – Sistemas de Energia Renováveis era gerida por Luís Marques Mendes até há dois anos, quando saiu da empresa. Os títulos de duas empresas pertencentes à Isohidra (Enersistems e Eneratlântica, em que Marques Mendes detinha “um e 2% de acções”, de acordo com uma notícia deste sábado do jornal Expresso) terão sido vendidos por 51 mil euros. No entanto, valeriam 60 vezes mais: 3,09 milhões de euros. As vendas foram cruzadas e a Inspecção-Geral Tributária teve até de fazer um quadro de resumos para ajudar a compreender entre que empresas os negócios tinham sido feitos, de acordo com a notícia do Expresso. O caso está em tribunal.

No próprio dia, o social-democrata escreveu um texto na sua página de Facebook onde diz que nunca interveio em “qualquer venda ilegal” e “em fuga ao pagamento de impostos”. Segundo Marques Mendes, as transacções já tinham sido definidas entre sócios em 2008, numa decisão em que ele não teve qualquer intervenção.

Na noite deste sábado, na SIC, o advogado retomou o tema “por respeito aos telespectadores” e repetiu que “não se trata de nenhum negócio pessoal e muito menos de fuga ao fisco”. Mas, desta vez, trouxe com ele um documento pedido por si às Finanças onde mostra que nunca teve “nenhum registo de litígios presentes ou passados”. E terminou a dizer que nem todos os políticos são iguais. “Há pessoas como eu que prezam a ética”, disse, garantindo que o caso “não condiciona” as suas opiniões.

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