Ambientalistas e indústria das renováveis criticam propostas de Bruxelas

O novo pacote de clima e energia da Comissão Europeia foi recebido com um coro de críticas de organizações ambientalistas e da indústria das renováveis.

A Rede Europeia de Acção Climática – que reúne 120 organizações de 25 países – defende metas mais ambiciosas e vinculativas até 2030: 55% de redução de emissões, 45% de renováveis e 40% de aumento da eficiência energética.

Conforme o que foi anunciado em Bruxelas, não há metas nacionais vinculativas para as renováveis e a eficiência energética não é contemplada com novos objectivos, que ficam dependentes da revisão de uma directiva europeia sobre este tema. “Deveriam ter apresentado o pacote todo, também com a eficiência energética”, critica Francisco Ferreira, da associação ambientalista Quercus.

A Federação Europeia das Energias Renováveis (EREC, na sigla em inglês) considera que a Comissão Europeia “inverteu a marcha” em relação às energias renováveis, “fixando um tecto, não um objectivo para 2030”.

A EREC lembra que o cenário de referência para o pacote, que a Comissão divulgou em Dezembro passado, indicava que as energias renováveis já atingiriam uma fatia de 24,4% sem quaisquer políticas específicas de incentivo. Ou seja, na prática a meta dos 27% agora proposta seria uma evolução quase natural.

Thomas Becker, da Associação Europeia de Energia Eólica, também criticou o pacto de Bruxelas, dizendo que a Comissão Europeia não só é “uma sombra” do que já foi, em termos de ambição na política climática e energética, como está “a esconder-se atrás do Reino Unido e de outros Estados-membros e lobbies com visões atrasadas”.

Jason Anderson, d organização ambientalista WWF, criticou também as recomendações não-vinculativas adoptadas ontem para a exploração do gás de xisto na Europa. “Tenho a certeza que os lobistas dos combustíveis fósseis vão dormir bem esta noite”, afirmou.
 
 
 

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