Seguro insiste na separação do público e do privado na área da saúde

Líder do PS diz que é necessário combater as listas de espera nos hospitais e centros de saúde para que os doentes não sejam obrigados a ir para o privado.

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Seguro diz que "Listas de espera no público são carteira de clientes para o privado" Daniel Rocha

No sentido de melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o líder do PS disse que “quem trabalha no sector público deve fazê-lo em exclusividade, para que não haja conflitos de interesses”, afirmou, alertando para o facto de as listas de espera no sector público corresponderem a uma “carteira de clientes do privado”.

Para Seguro, existem “capacidades“ na área da saúde que devem ser “melhor” aproveitadas: “Nós temos capacidade instalada. Temos blocos operatórios que precisam de trabalhar mais horas para permitir que as listas de espera possam ser diminuídas”, disse Seguro.

O líder socialista manifestou-se  "insatisfeito" e “bastante preocupado” com SNS, por haver "cortes cegos" a criar problemas de acessibilidade e falta de resposta a idosos que chegam "com fome" e complicações de saúde às urgências.

“Há muito a fazer no nosso país e eu quero contribuir com soluções para que os portugueses tenham cuidados de saúde com qualidade a tempo e horas, e sobretudo no tempo clínico adequado”, prosseguiu.    

No hospital de Caldas da Rainha, segundo Seguro, encontrou uma "doente indignada por estar numa cama no corredor das urgências". O secretário-geral do PS alertou, também, que "há casos de idosos que, quando chegam ao hospital, a primeira pergunta que fazem é quando lhes dão comida".

Para António José Seguro, além dos problemas de saúde da população sénior, há "um problema social criado pelo facto de as pessoas terem menos rendimentos", aos quais o Estado tem de dar resposta, "para que as pessoas sejam tratadas de forma adequada".
 
"Quando se fazem cortes cegos na saúde, as consequências negativas estão à vista", criticou, defendendo uma gestão mais integrada, não só entre hospitais e centros de saúde, mas também com unidades de cuidados continuados que possam receber mais idosos.

Como exemplo das consequências negativas da concentração de serviços hospitalares, o líder socialista apontou a inexistência de transportes públicos adequados entre os dois hospitais (o de Torres Vedras e o de Caldas da Rainha) e a "barreira" que essa medida coloca na  vida das "pessoas já têm uma determinada idade" que, sem alternativa, têm de recorrer a transportes públicos para obter cuidados de saúde.
 
 

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