O presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores da Base das Lajes (CRT) denunciou esta quarta-feira que os responsáveis militares norte-americanos estão a “utilizar mecanismos de pressão” para avançar com a redução efectiva do contingente estacionado na Base das Lajes.

Ainda assim, admitiu um “pressuposto de boa-fé” da parte das estruturas militares dos EUA de que “não ocorrerão mais medidas idênticas” às que têm sido tomadas nos últimos meses por forma a executar a redução da presença militar. Devido à decisão política, tomada pelo Congresso dos EUA, de congelar a redução até que seja feita um estudo sobre o efectivo militar norte-americano na Europa.

O alerta foi dado após uma reunião com o secretário-geral da CGTP, em Lisboa, onde a CRT se deslocou para um conjunto de audiências a propósito do tema. A decisão de reduzir para um ano as comissões de serviço dos militares norte-americanas, bem como a de impedir a transferência das suas famílias, teve já impactos na economia da ilha, acrescentou João Ormonde.

Nas suas contas, a concretização plena da medida implicaria um “desinvestimento na ordem dos 60 milhões de euros por ano, ou seja, 15 por cento do PIB da ilha Terceira. A base das Lajes é responsável por cerca de 400 postos de trabalho directos e 600 indirectos. Por isso, João Ormonde tenciona  “confrontar” o Governo sobre o que está a fazer para travar a “tragédia” económica que se pode abater sobre a Terceira.

Por seu turno, o secretário-geral da CGTP criticou o “silêncio” do Governo português sobre a matéria. “O que a CGTP reclama [do Governo] é uma resposta que salvaguarde os interesses nacionais e os dos trabalhadores”, afirmou Arménio Carlos, depois de lembrar que solicitou, sem sucesso, ao Executivo uma reunião sobre o assunto.

A CRT reúne esta quinta-feira com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa para “confrontar o Governo sobre qual é plano que existe em relação aquela que é a proposta anunciada pela parte americana”.