Camarate: PJ abre inquérito a "falhas" na investigação à morte de José Moreira

O director nacional da Polícia Judiciária mandou abrir um inquérito para apurar as "falhas" na investigação à morte de José Moreira, testemunha decisiva no caso de Camarate que nunca chegou a ser ouvida, e da sua companheira.

"Nós enviámos os novos elementos apurados nas audições e recebemos agora uma informação do director nacional da Polícia Judiciária de que vai ser aberto um inquérito para apurar as falhas na investigação", declarou à Lusa o deputado do PSD Miguel Santos, que integra a actual comissão de inquérito à tragédia de Camarate. O deputado social-democrata considerou que as audições revelaram "falhas" e que "a morte só podia ter ocorrido por acto provocado".

José Manuel Silva Moreira, que detinha um avião que foi usado ao serviço da campanha presidencial do general Soares Carneiro, era tido como uma testemunha decisiva na primeira comissão de Camarate e tinha uma audição marcada no Parlamento, tendo morrido antes dessa data.

A morte do proprietário de aviões, e da companheira, foi na altura tida como acidental, por via de uma falha de gás, com os médicos especialistas ouvidos na comissão a 6 de Novembro no Parlamento a admitirem outros cenários para o óbito. A X Comissão Parlamentar à Tragédia de Camarate está suspensa enquanto decorre uma auditoria a documentos do Fundo de Defesa Militar do Ultramar e retomará os seus trabalhos em Março.

A comissão de inquérito visa averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 4 de Dezembro de 1980, ocorreu a morte do então primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, dos seus acompanhantes", do chefe de gabinete António Patrício Gouveia e dos pilotos.
 

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