Não está prevista qualquer cimeira Portugal-Angola, diz Machete

Depois dos sucessivos adiamentos da cimeira prevista para Fevereiro, deixou de haver qualquer previsão de data. Ministro garante que as relações entre os dois países estão normais.

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As relações entre os dois países começam a desanuviar Daniel Rocha

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou esta quarta-feira que não está prevista a realização de qualquer cimeira mas apenas reuniões entre Portugal e Angola, insistindo que as relações entre os dois países estão normais.

"A vida relacional com Angola processa-se normalmente. A cimeira é um nome que é designado para sublinhar a particular importância de uma reunião. Neste momento não está prevista nenhuma cimeira; estão previstas reuniões", afirmou Rui Machete, em declarações aos jornalistas no final de uma visita à sede da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Questionado sobre se irá reunir-se com o seu homólogo angolano, Georges Chikoti, o ministro disse também que não está prevista qualquer data, acrescentando: "Certamente hei-de encontrá-lo várias vezes em vários sítios, incluindo relações directas em território português ou angolano", disse.

Lisboa e Luanda tinham acordado a realização da primeira cimeira bilateral, que deveria decorrer no próximo mês, em Angola, mas em Outubro o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou o fim da intenção de estabelecer uma cooperação estratégica com Portugal. Alguns dias antes, em entrevista à Rádio Nacional de Angola, Rui Machete tinha pedido desculpa a Luanda pelas investigações do Ministério Público português, declarações que provocaram polémica em Lisboa.

Questionado também sobre se estará iminente o regresso de Portugal aos mercados, Machete remeteu esta matéria para a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque: "Suponho que há planos, efectivamente, como ela já anunciou, mas os pormenores eu não conheço", afirmou, referindo apenas que as taxas de juro estão "a caminhar no bom sentido".

Questionado se irão esta quinta-feira a Conselho de Ministros o alargamento da base de incidência da contribuição extraordinária de solidariedade e o aumento das contribuições dos beneficiários da ADSE, medidas anunciadas pelo Governo como forma de compensar o chumbo do Tribunal Constitucional à convergência das pensões, Machete respondeu que a agenda da reunião ainda não é conhecida.
 

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