Milhares de novo nas ruas da Tailândia para exigir demissão do Governo

Num dos maiores protestos das últimas semanas, oposição exigiu reformas em vez de eleições.

Foto
Apitos e palavras de ordem contra a primeira-ministra Yingluck Shinawatra Christophe ARCHAMBAULT/AFP

Mais de 100 mil tailandeses saíram às ruas em Banguecoque, para exigir a queda do Governo, um dia depois de a oposição ter anunciado que vai boicotar as eleições antecipadas propostas pela primeira-ministra,Yingluck Shinawatra, como solução para sair da crise política em que o país está mergulhado.

“O povo quer reformas antes das eleições”, lançou Suthep Thaugsuban, um dos principais orquestradores das manifestações que começaram há dois meses, recebendo fortes aplausos da multidão.

Com desfiles dispersos pela capital tailandesa, foi difícil fazer um cálculo do número de manifestantes nesta manifestação de domingo, mas a polícia avançou com o número de 110 mil nas ruas. Muitos milhares destes manifestantes, na sua maioria mulheres, concentraram-se em frente à residência da primeira-ministra a exigir a sua demissão.

Ao som de apitos, a multidão martelou: “Yingluck sai daí”. Mas Yingluck Shinawatra não estava lá para ouvir, já que se encontra actualmente no Nordeste do país, no bastião do seu partido, o Puea Thai.

Após semanas de protestos na rua e da demissão em bloco dos deputados da oposição, Yingluck Shinawatra anunciou, no início de Dezembro, eleições antecipadas para Fevereiro. Inicialmente, esta crise política começou em reacção a uma proposta de amnistia, aprovada pela câmara baixa do Parlamento: segundo a oposição, a lei destinava-se a permitir o regresso ao país de Thaksin Shinawatra, o antigo primeiro-ministro, que partiu para o exílio para evitar a condenação por corrupção e que é irmão da actual líder do Governo.

Agora os manifestantes querem a queda do Governo e da primeira-ministra, que acusam de ser um fantoche do seu irmão. A oposição considera, aliás, que Thaksin continua de facto a dirigir o país a partir do exílio desde que foi derrubado por um golpe de estado em 2006.

Sugerir correcção
Comentar