Morreu o jornalista José Roby Amorim

Corpo vai estar no domingo à tarde na capela da Nossa Senhora dos Remédios, em Alfama.

O antigo jornalista do Diário Ilustrado, do jornal O Século e da ANOP - Agência Noticiosa Portuguesa, José Roby Amorim morreu neste sábado, disse à Lusa fonte familiar.

José Roby Amorim nasceu a 17 de Março de 1927 em Braga e é pai do também ex-jornalista Nuno Roby Amorim e da falecida actriz Teresa Roby.

O antigo jornalista começou a trabalhar no Correio do Minho, teve uma passagem por Angola entre 1962 e 1964, onde trabalhou no ABC, e onde terá estado preso e sido expulso por questões políticas, segundo Rui Cabral, antigo jornalista e colega de Roby Amorim.

José Roby Amorim trabalhou ainda no jornal O Século, onde foi chefe de reportagem e por poucos dias director, e foi posteriormente membro fundador da ANOP. É autor dos livros Elucidário de Conhecimentos Quase Inúteis e Dar Mão à Boca. Uma Historia da Alimentação em Portugal.

Jornalistas que trabalharam com Roby Amorim enaltecem a "grande competência" e o profissionalismo do colega, e recordam também a sua faceta de "contador de histórias".

"Foi um grande profissional de informação, um jornalista de grande competência", disse à Lusa o jornalista Mário Zambujal, chefe de redação no extinto jornal O Século quando Roby Amorim aí trabalhou. Recorda, com saudades, o "jornalista de extrema diversidade de conhecimentos". "Quando queríamos saber alguma coisa falávamos com ele.

Rui Cabral, jornalista e amigo de Roby Amorim fala também do profissionalismo do repórter, dos seus conhecimentos ("era uma enciclopédia"), mas também de outras facetas menos conhecidas. "Na equipa de reportagem de O Século ele era a figura mais importante", conta Rui Cabral à Lusa, salientando também a sua faceta de "grande contador de histórias", a capacidade para se rir de si próprio ou a "arte de escrever entre as linhas", quando era preciso fintar a censura.

Fernando Correia de Oliveira, que trabalhou igualmente com Roby Amorim, lembra na sua página na Internet os desenhos feitos misturando borras de café, ou o "eterno cigarro" e o "saber enciclopédico" do jornalista. Roby Amorim recebeu por duas vezes o Prémio Pereira da Rosa (1971 e 1972) e em 1973 o Prémio Nacional de Jornalismo Afonso de Bragança. "Estava a preparar um romance histórico, baseado na figura de uma avó", conta também Fernando Correia de Oliveira.

O corpo do antigo jornalista estará no domingo entre as 15h e as 19h na capela da Nossa Senhora dos Remédios, em Alfama, em Lisboa.

 

 


 

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