Milhares em filas intermináveis para ver o corpo de Madiba

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Uma semana após a sua morte, o corpo do ex-Presidente sul-africano, Nelson Mandela, está desde quarta-feira nos Union Buildings, sede da Presidência, em Pretória, onde irá permanecer até sábado. O segundo dia foi reservado para os cidadãos poderem homenagear o líder do movimento anti-apartheid. Milhares de pessoas engrossaram as filas à volta do edifício onde Mandela fez o juramento presidencial, em 1994.

O Governo sul-africano proibiu a captação de imagens do corpo de Mandela, mas isso não impediu que algumas fotografias circulassem pelas redes sociais. Em comunicado, a porta-voz do Governo, Phumla Williams, admitiu que imagens do ex-Presidente foram espalhadas pelas redes sociais e apelou “às pessoas que não as vejam e as apaguem.”

Durante o dia, milhares de sul-africanos suportaram horas nas filas para prestar homenagem a Mandela. Imagens publicadas pela BBC mostram multidões à espera dos autocarros que ligaram o Soweto aos Union Buildings, apenas comparáveis às filas que se formaram no dia das eleições de 1994, que Mandela ganhou. “O meu coração está partido”, contou à AFP, Anita Bodiba, que às quatro da manhã já se perfilava para ir ver o corpo de Mandela. “Nem consigo dormir, só penso em Madiba. Ele foi aquele que nos uniu aqui na África do Sul: brancos, negros, indianos.” Muitas pessoas não conseguiram entrar nos Union Buildings antes da hora de fecho, às cinco da tarde.

A família de Mandela congratulou os milhares de pessoas que têm homenageado o ex-Presidente. “Enquanto ele repousa nos Union Buildings, Madiba teria ficado contente por saber que está rodeado de milhares de sul-africanos que ele amou e serviu”, lia-se num comunicado.

Na sexta-feira, o corpo de Mandela será trasladado para a aldeia de Qunu, perto da Cidade do Cabo, onde irá decorrer o funeral. A cerimónia vai combinar os costumes de um funeral militar e os rituais do clã Xhosa, a que Mandela pertencia.
 

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