Fender de Bob Dylan torna-se a guitarra mais cara vendida em leilão

A Stratocaster da discórdia, usada no primeiro concerto em que Dylan passou de herói da folk a cantautor eléctrico

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Dylan em 1966, um ano depois da actuação em Newport, já com uma Fender Telecaster REUTERS

É, provavelmente, uma das guitarras mais caras do mundo. É, certamente, a guitarra vendida por um preço mais elevado em leilão. E é uma das Fender Stratocaster mais famosas – e até mesmo infames – de sempre: o instrumento que assinalou a passagem de Bob Dylan de herói da folk a cantautor eléctrico na sua actuação no Festval de Folk de Newport, em 1965, foi a leilão sexta-feira à noite em Nova Iorque e foi comprada por 965 mil dólares, cerca de 704 mil euros.

“Quando do anúncio desta venda, ele gerou uma quantidade tremenda de interesse internacional e este resultado justifica o estatuto mítico desta guitarra nos anais da história da música”, disse, citado pela Reuters, o especialista da leiloeira Christie’s Tom Lecky.

A identidade do comprador, que levou para casa a guitarra de cor Sunburst, o seu estojo e fita, não é conhecida. Mas cabe-lhe a honra de ser o detentor da mais cara guitarra leiloada do mundo, batendo o anterior recorde estabelecido pela também Fender Stratocaster de Eric Clapton, vendida em 2004 por 699 mil euros. Além da Fender, a leilão foram também cinco páginas com letras de canções de Dylan que este terá esquecido no estojo da sua guitarra num avião particular alguns meses após a sua emblemática actuação. Só uma dessas páginas com letras foi vendida no leilão que durou apenas seis minutos, uma versão manuscrita e também dactilografada de I Wanna Be Your Lover, por 14.500 euros.

Esta guitarra, cuja história é quase tão rica quanto a carreira de Dylan (quando foi encontrada, a sua importância terá sido minorada pela equipa de Dylan mas recentemente a sua posse pelos herdeiros do piloto que a resgatou do avião particular foi contestada pelos representantes do músico), foi também usada nas gravações do álbum Bringing It All Back Home ainda em 1965. “Os representantes de Dylan estavam cientes da existência do leilão e não o contestaram”, disse um porta-voz da Christie’s.

Bob Dylan tem 72 anos, 35 álbuns e onze prémios Grammy entre várias outras distinções.
 
 
 
 

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