A unidade de saúde familiar de Azevedo de Campanhã, Porto vai reabrir no mesmo edifício onde funcionou até sexta-feira, quando a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) anunciou o seu encerramento por falta de condições de salubridade e de segurança. A reabertura está prevista para o dia 22 deste mês, confirmou o PÚBLICO junto de fontes municipais.

“Após visita de reavaliação do edifício – ontem efectuada por técnicos desta ARS e da Câmara do Porto – ficou decidido o encerramento da referida unidade até ao dia 22, data prevista para a reabertura de parte do edifícios após realização de obras de reparação”, informou esta quarta-feira a ARSN em comunicado.

A comissão de utentes, entretanto formada, saúda a “boa notícia” e o seu presidente, Olindo Teixeira, diz mesmo que “valeu a pena lutar” contra o encerramento da unidade de saúde. Já o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, sublinha o “desfecho feliz” para a população.

“O que estava previsto era o encerramento. Era drástico. Temos nesta zona pessoas muito idosas e doentes com poucos recursos para transporte para outros centros”, apontou o autarca, salientando que agora irá sensibilizar a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto para melhorar a oferta de linhas na zona.

Até dia 22, o edifício será sujeito a obras de reabilitação tendentes a devolver-lhe as condições necessárias para o funcionamento da unidade de saúde. Mesmo após a reabertura, porém, uma das alas do edifício, em estado mais degrado, irá continuar fechada para ser sujeita a obras de maior envergadura, soube o PÚBLICO junto de fontes municipais.

Também em comunicado, a Câmara do Porto refere que a vistoria técnica realizada na segunda-feira “indica a necessidade da realização de obras de conservação urgentes no telhado do edifício” e que a ARSN indicou à autarquia que as obras “se iniciarão de imediato”. Até à sua conclusão, os utentes poderão recorrer aos centros de saúde mais próximos.

A Câmara do Porto “saúda a reabertura do Centro de Saúde de Azevedo e a reposição dos serviços no mesmo local onde eram anteriormente prestados, como sempre defendeu, ao lado da população”. A autarquia sublinha, no entanto, que “deveria ter sido informada previamente do seu encerramento”.

A câmara e a ARSN ainda tentaram identificar a existência de outros edifícios na zona para acolherem a unidade de saúde, mas concluiram que nenhum reunia as condições necessárias.

Edifício tem infiltrações mas não está em risco de ruína

O PÚBLICO avançou na segunda-feira que o edifício da unidade de saúde não está em risco de ruína, mantendo, no seu conjunto, condições de segurança, ao contrário do que foi avançado com o anúncio do seu encerramento. A vistoria realizada por técnicos da Câmara do Porto e da ARSN chegou a essa conclusão. O imóvel, arrendado, tem infiltrações e boa parte das telhas está podre. Porém, a estrutura do telhado está firme. Em causa estão apenas algumas áreas do centro, o conjunto do edifício está seguro. Os técnicos concluíram que a unidade não tem, por ora, condições de salubridade, mas que isso ainda pode ser resolvido com as obras.