Utentes manifestam-se novamente em Campanhã à porta do centro de saúde encerrado

Ministro da Saúde afirmou nesta segunda-feira que o fecho do centro de saúde se deve exclusivamente à falta de segurança do edifício, que se terá degradado por força da chuva e de um ataque de térmitas.

Manifestação transferiu-se entretanto da unidade de´saúde para a sede da Junta de Campanhã
Fotogaleria
Manifestação transferiu-se entretanto da unidade de´saúde para a sede da Junta de Campanhã Adriano Miranda
Fotogaleria

Quatro dezenas de pessoas voltaram nesta segunda-feira a protestar no Porto contra o encerramento da unidade de saúde. Os Manifestantes transferiram-se entretanto do centro de saúde para Junta de Campanhã, para se reunirem com o presidente cujo apoio exigem. Técnicos da câmara vistoriaram nesta tarde o edifício da unidade que a Administração Regional de Saúde do Norte considera não ter condições para permanecer aberta.

O fecho do centro de saúde foi anunciado na passada sexta-feira e motivou uma manifestação de protesto logo nesse dia.

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) considera que o edifício não reúne condições de salubridade e de segurança que lhe permitam manter-se em funcionamento, tendo reencaminhado os utentes para outras unidades.

A meio desta manhã, os manifestantes indignaram-se com a ausência no local do presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, telefonaram para a junta e decidiram rumar para lá, para continuar o protesto. Acabaram por ser recebidos pelo presidente da Junta de Freguesia de Campanhã. “É preciso um bocadinho de calma. Se o edifício estiver em risco ruína, não faz sentido continuar aberto. É preciso aguardar os resultados da vistoria”, disse, pouco antes, Ernesto Santos ao PÚBLICO.

O autarca refere-se a uma vistoria que uma equipa de técnicos da ARSN e da Câmara do Porto realizaram entretanto nesta tarde para aferir as condições de segurança efectivas do imóvel. A Câmara do Porto já prometeu assumir uma posição sobre o assunto, depois de analisar as conclusões da vistoria.

“Somos seres humanos, não somos lixo”, lia-se num dos vários cartazes que os manifestantes ergueram esta manhã junto à unidade de saúde, onde também entoaram palavas de ordem como “o posto [de saúde] é nosso”.

O protesto estava inicialmente agendado para a sede da ARSN, mas foi transferido para a porta do centro. Os utentes terão recebido a informação, errada, de que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, iria àquela unidade nesta manhã juntamente com os técnicos da autarquia. “Houve um mal-entendido, pensávamos que vinha cá o presidente. Afinal só vêm os técnicos”, disse ao PÚBLICO, Olindo Teixeira, da recém-formada comissão de utentes daquele centro de saúde.

Os serviços da unidade estão encerrados, mas a porta manteve-se aberta. No interior, um vigilante prestava informações a quem aparecia. “Estou aqui para informar os utentes que ainda tinham consultas marcadas sobre o local aonde devem ir”, disse.

Ao mesmo tempo, na Comissão Parlamentar de Saúde, na Assembleia da República, o ministro da Saúde foi questionado sobre este assunto. Paulo Macedo insistiu que o encerramento da unidade de Azevedo de Campanhã foi exclusivamente ditado pelo facto de haver dúvidas quanto às condições de segurança do edifício que, segundo o governante, se degradou acentuadamente na sequência das últimas chuvas e de um ataque de térmitas.

 

 
 
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar