PCP diz que RTP não pode decidir quem governa

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Pedro Cunha

Os membros do Partido Comunista Português (PCP), concentrados num protesto junto ao estúdio onde o primeiro-ministro é nesta quarta-feira entrevistado pela RTP, reiteraram que a estação pública não tem o direito de decidir quem governa.

"Os três partidos, que assinaram o pacto de agressão e são aqueles que vão estar representados de facto nestes debates, perderam 800 mil votos. O PCP e a CDU subiram. Foi o único partido que subiu em votos, em mandatos, em percentagem", declarou o elemento da comissão política comunista Armindo Miranda, referindo-se às eleições autárquicas de 29 de Setembro.

O PCP afirmou ter tentado "sensibilizar o director de informação da RTP para este facto, importante", mas referiu que Paulo Ferreira "não o teve em conta e manteve o formato que é ‘os que governam e aqueles que vão governar'".

"Não tem esse direito. Quem tem esse direito de decidir quem vai governar é o povo português, em eleições livres", reforçou Armindo Miranda, relativamente ao programa "O País Pergunta", com estreia hoje a partir das 21h com o primeiro-ministro e que vai também contar com a presença futura do secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro.

Junto às instalações da Valentim de Carvalho, em paço de Arcos, concelho de Oeiras, dezenas de militantes acenaram com bandeiras e cartazes, mais de uma hora antes da chegada de Passos Coelho, pelas 20h30, mas cuja viatura se furtou a qualquer contacto próximo, entrando por um portão secundário.

"O que eles têm receio que o povo saiba é que esta política que tem estado a ser seguida não resulta de uma maldição divina, mas de governos e ministros concretos que governam para um minoria de banqueiros e outros poderosos do dinheiro", afirmou ainda Armindo Miranda.

As palavras de ordem - "25 de Abril, sempre, fascismo nunca mais", "liberdade de expressão, PCP na televisão" - e os pedidos de demissão do Governo foram-se sucedendo antes de ser lida a carta do PCP, entregue à direcção de informação da estação pública de televisão, exigindo tratamento igual.

O trânsito esteve parcialmente interrompido durante meia-hora, na estrada de Paço de Arcos, até à chegada de Passos Coelho, protegido por duas dezenas de agentes policiais, oito dos quais em formatura em frente ao portão principal e ao grupo de manifestantes.

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