Protesto contra Aurora Dourada junta multidão no centro de Atenas

Manifestantes lembram o homicídio de Pavlos Fyssas, um músico de 34 anos que foi esfaqueado até à morte por um apoiante confesso do partido de extrema-direita.

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Os manifestantes pedem a ilegalização do partido neo-nazi ARIS MESSINIS/AFP

O homicídio de um músico de esquerda por um apoiante confesso do partido de extrema-direita Aurora Dourada, na semana passada, deu origem a uma manifestação anti-fascista nesta quarta-feira, em Atenas.

O protesto – marcado para coincidir com uma greve de 48 horas dos funcionários públicos contra as medidas de austeridade – juntou centenas de pessoas na praça Syntagma, no centro de Atenas, e tem como destino o Parlamento, palco de violentas manifestações no ano passado.

Desta vez, o motivo é o aumento da violência principalmente dirigida contra imigrantes, cuja responsabilidade é atribuída a membros e simpatizantes do partido Aurora Dourada.

Na semana passada, o caso atingiu um nível que tornou inevitável a intervenção das autoridades – Pavlos Fyssas, um músico de hip-hop conhecido pelas suas posições de esquerda, foi esfaqueado até à morte por um homem de 45 anos, autor confesso do crime e apoiante do Aurora Dourada.

Nos últimos dias, o Governo deu início a uma operação de repressão do partido, com buscas em sedes, substituições na liderança da polícia – acusada de tolerar ou mesmo de ser cúmplice nos crimes cometidos por elementos da extrema-direita – e a detenção de pelo menos dez agentes.

"Primeiro foram os imigrantes, depois foi Fyssas, amanhã poderá ser o seu filho ou a sua filha – é preciso que toda a gente perceba isto", disse à agência Reuters Vangelis Georountzos, de 59 anos.

Numa sondagem publicada na terça-feira, o Aurora Dourada recuou quase quatro pontos percentuais nas intenções de voto, de mais de 10% para 6,8%, ainda assim em linha com o resultado que lhe valeu a eleição de 18 deputados em 2012 (6,97%).

O partido continua a afirmar que não tem qualquer envolvimento nos actos de violência e apresentou um argumento para a queda nas sondagens: "Os eleitores do Aurora Dourada não mudaram de opinião, estão simplesmente a esconder em quem vão votar por causa do actual clima de terror", lê-se num comunicado do partido.
 

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