Tribunal ordena libertação de Hosni Mubarak

Advogado afirma que antigo ditador pode sair da prisão já na quinta-feira.

Mubarak foi afastado do poder em Fevereiro de 2011
Fotogaleria
Mubarak foi afastado do poder em Fevereiro de 2011 Gianluigi Guercia/AFP
Mubarak foi afastado do poder em Fevereiro de 2011
Fotogaleria
Mubarak foi afastado do poder em Fevereiro de 2011 Gianluigi Guercia/AFP

Um tribunal egípcio ordenou a libertação de Hosni Mubarak, dando razão à defesa que considerava ultrapassado o tempo de prisão preventiva. Segundo um advogado, o antigo ditador poderá sair da prisão já na quinta-feira.

Mubarak, de 85 anos, é arguido em vários processos – incluindo o que em 2012 levou à sua condenação a prisão perpétua por cumplicidade na morte de manifestantes, num veredicto que acabou por ser anulado quando o tribunal de recurso ordenou a repetição do julgamento.

A AFP recorda que algumas das acusações foram apresentadas exactamente para evitar a sua libertação antecipada, mas o procurador responsável fez já saber que desta vez não vai recorrer, o que abre caminho à sua saída da prisão.

Questionado à saída da audiência, realizada em Tora, sobre a possível data da libertação, o advogado Fareed al-Deeb limitou-se a responder: “Talvez amanhã”.

No processo em apreciação, o antigo ditador é acusado de enriquecimento ilícito por alegadamente ter aceitado prendas do Al-Ahram, o principal jornal estatal egípcio. Não há, contudo, certezas que o processo avance, já que a procuradoria aceitou que a família Mubarak devolvesse os 1,5 milhões de dólares correspondentes às alegadas prendas.

A ordem para a sua libertação surge num momento em que o Egipto vive um novo ciclo de violência, com o Exército a reassumir o poder após derrubar pela força o Presidente eleito, Mohamed Morsi, dirigente da Irmandade Muçulmana.

A sua eventual saída da prisão promete acentuar a confusão vivida no Egipto, mas dificilmente o o ex-Presidente se livrará com facilidade do imbróglio judicial em que está envolvido. Já para este domingo está previsto o reinício do processo em que é acusado de cumplicidade na morte de manifestantes – um megaprocesso que envolve alguns dos seus mais directos colaboradores e os seus dois filhos, ambos acusados por corrupção.
 

Sugerir correcção
Comentar