Autoridades detectam fuga em central nuclear em Taiwan

Agência fiscalizadora do Governo diz que problema poderá estar em curso há três anos.

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Ensaio de estrutura para conter tsunamis na central de Chinshan: agência fiscalizadora do Governo aponta outros problemas PICHI CHUANG/REUTERS

Uma fuga de água radioactiva pode estar em curso há três anos numa central nuclear de Taiwan, segundo a agência nacional que fiscaliza as organizações governamentais no país.

Segundo a agência Control Yuan, o problema vem das piscinas de armazenamento de combustível nuclear da central de Chinshan, no extremo Norte de Taiwan e a poucas dezenas de quilómetros da capital Taipei. A central tem dois reactores, que entraram em operação em 1977 e 1978.

A empresa operadora da central, a Taipower, argumenta que a fuga não vem das piscinas em si, mas tem origem na condensação da água ou naquela que é utilizada para a limpeza do chão. Um responsável da empresa disse, sob anonimato, à agência Reuters que a Control Yuan não aceitou esta explicação e pediu para que fossem investigadas outras possíveis origens da fuga. 

A Control Yuan identificou, ainda, uma série de outros erros na gestão da central de Chinshan, incluindo a ausência de um plano adequado para lidar com o combustível nuclear usado. <_o3a_p>

Taiwan tem três centrais nucleares, com seis reactores no total, suprindo 18% da electricidade consumida no país. A construção de uma quarta central, com dois reactores, foi iniciada em 1999 mas tem enfrentado uma série de problemas e está a ser alvo de forte contestação.<_o3a_p>

Um relatório da organização não-governamental Wild at Heart Legal Defense Association, publicado em 2012, depois do acidente de Fukushima no Japão, chama a atenção para as vulnerabilidades do parque nuclear de Tawian. O país, diz o relatório, situa-se próximo de falhas geológicas e, tal como o Japão, está sob o risco sismos e tsunamis. As três centrais nucleares existentes são antigas – todas com cerca de três décadas de vida – e duas delas têm cinco milhões de pessoas a viver num raio de 30 quilómetros. <_o3a_p>

A segurança nuclear tem estado em foco nos países vizinhos, a começar pelo Japão, palco do acidente de Fukushima, o segundo maior desde Tchernobil em 1986. Dois anos depois de um sismo e um tsunami ter provocado explosões, fusão de combustível nuclear e libertação de radioactividade, Fukushima ainda está a lutar para controlar a situação. <_o3a_p>

Um dos problemas actuais em Fukushima é o despejo de cerca de 300 toneladas diárias de água potencialmente radioactiva para o Pacífico. Quase todos os 50 reactores nucleares operacionais no país estão parados, por razões de segurança. <_o3a_p>

Na Coreia do Sul, três reactores foram encerrados temporariamente, devido à falsificação de certificados sobre componentes eléctricos. Outros seis reactores estão parados para manutenção. O país tem 23 reactores nucleares.

Na China, o parque nuclear está a aumentar rapidamente – com 18 reactores operacionais e 28 em construção. O país já produz tanta electricidade por via nuclear como a Alemanha.

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