Centenas de prisioneiros fogem de prisões no Iraque

Ataque coordenado contra Abu Ghraib e Taji deixa em liberdade muitos membros da Al-Qaeda condenados.

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Este mês a violência já matou quase 600 iraquianos Ahmad Al-Rubaye/AFP

Pelo menos 500 prisioneiros, a maioria condenados por terrorismo, fugiram da prisão iraquiana de Abu Ghraib, símbolo de tortura durante o regime de Saddam Hussein e cenário dos abusos de militares norte-americanos contra detidos iraquianos, em 2004.

Grupos armados atacaram durante a noite a prisão de Abu Ghraib, nos arredores de Bagdad, e a de Taji, a norte da capital. Os combates que se seguiram duraram quase dez horas e fizeram pelo menos 36 mortos, de acordo com responsáveis médicos e de segurança ouvidos pelas agências de notícias internacionais.

Foi em Taji que mais pessoas morreram – 16 soldados e seis atacantes –, mas os guardas conseguiram impedir a fuga dos prisioneiros. Dez polícias e quatro atacantes morreram nos confrontos em Abu Ghraib, que só acabaram com a chegada de helicópteros militares.

O ataque a Abu Ghraib começou com a explosão de carros armadilhados conduzidos por bombistas suicidas nos portões do complexo prisional, descreve a Reuters. Ao mesmo tempo, homens armados atacavam os guardas com lança-granadas e ocupavam posições na estrada, à espera dos reforços que chegaram de Bagdad, enquanto outros entravam na prisão com coletes de explosivos para ajudar a libertar os presos.

Shoun Taha, um deputado curdo membro da comissão de Segurança e Defesa do Parlamento, disse à AFP que "entre 500 e 1000 detidos" fugiram depois dos ataques. "O número de detidos que escaparam chegou aos 500, a maioria eram importantes membros da Al-Qaeda que tinham sido condenados à morte", afirmou à Reuters Hakim Al-Zamili, deputado que integra a mesma comissão. "As forças de segurança prenderam alguns, mas os outros ficaram em liberdade".

Este ataque acontece depois de um pico de violência no Iraque, com sucessivas vagas de atentados que se multiplicaram ainda mais desde o início do Ramadão, há quase duas semanas. Só nos últimos três dias, mais de 140 pessoas morreram em ataques contra mesquitas, lojas, mercados e colunas militares.

De acordo com o grupo Iraq Body Count, que mantém um registo das vítimas desde 2003 a partir do cruzamento de relatos nos media, quase 600 pessoas já morreram este mês em ataques no país.

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