Portas recusa fazer “considerações” sobre crise política

PCP e Bloco questionaram o ainda ministro dos Negócios Estrangeiros. Do PS houve silêncio.

Paulo Portas, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros proposto para vice-primeiro-ministro, recusou nesta terça-feira fazer considerações sobre a crise política e responder assim aos deputados do PCP e do BE no Parlamento.

Na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, onde Paulo Portas esteve numa audição sobre o avião da Bolívia e numa outra audição regular, os deputados do PCP e do BE não deixaram escapar a oportunidade para falar da situação actual. Do PS não se ouviu uma palavra sobre crise política. As intervenções de Maria de Belém e de Paulo Pisco cingiram-se a questões de política externa.

“Não farei considerações sobre outras questões”, respondeu Portas, assinalando que aceitou a audição por valorizar o escrutínio parlamentar. O ministro, que na semana passada apresentou a demissão, lembrou, em jeito de balanço, que nas audições a que compareceu os deputados da oposição tendiam a colocar poucas questões sobre a política externa, alargando as perguntas a um âmbito mais nacional. E tirou uma conclusão: “A equipa das Necessidades não há-de ter feito tanto mal porque [os deputados da comissão] derivam logo para outros assuntos”.

Momentos antes, Bernardino Soares, líder da bancada do PCP, apontou o dedo ao Executivo e a Portas. “É um Governo descredibilizado, não há nenhuma nova orgânica que o salve, temos uma ministra que trabalha a par do vice-primeiro-ministro, isto é o ponto zero, já chegava esta situação”, afirmou o deputado comunista.

A mesma visão foi dada pela bloquista Helena Pinto, embora admitisse que Portas já não iria responder.  “Não há muito por onde fugir. Mais cedo ou mais tarde vai ter de explicar ao país o que é irrevogável”, desafiou. 
 

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