Jerónimo de Sousa pede ao Presidente da República para demitir Governo

Líder comunista considerou que a maioria que governa o país está politicamente derrotada e socialmente isolada.

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O líder comunista defende que o país não pode aceitar que o Presidente da República se assuma como membro da coligação Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pediu hoje ao Presidente da República para assumir as suas responsabilidades e demitir o Governo que “está derrotado” e “já não tem ponta por onde se pegue”.

“É inaceitável que perante este quadro de Governo derrotado e sem futuro, o Presidente da República [Cavaco Silva] mantenha o apoio a este Governo, a esta solução”, afirmou.

Durante a sua intervenção num passeio de mulheres da CDU, que decorreu no Parque Fluvial Porto de Rei, em Resende, Jerónimo de Sousa considerou que a maioria que governa o país está politicamente derrotada e socialmente isolada.

Na sua opinião, há muito que o Governo deveria ter sido demitido, considerando que vêm agindo à margem da lei e da Constituição da República. “Não há saída mais digna e democrática do que seja a dissolução da Assembleia da República, para dar palavra ao povo, através do voto para procurar as soluções necessárias”, sustentou.

O líder comunista defende que o país não pode aceitar que “perante um espectáculo de degradação política” e “repetidos atropelos à lei fundamental”, o Presidente da República se assuma como membro da coligação, em vez de assumir as suas responsabilidades. “Cavaco Silva foi eleito Presidente da República e não ministro. Não tem o direito de desrespeitar o seu juramento de cumprir e fazer a Constituição da República”, apontou.

Jerónimo de Sousa apelou ainda aos camaradas que o ouviram debaixo de um calor que ultrapassava os 40 graus, para não baixarem os braços e continuarem a lutar contra os que estão agarrados ao poder. “Vão se agarrar ao poder que nem lapas, mas já não estão a construir nada. Mas pensam que estando mais uns meses podem destruir muita coisa”, assegurou.

Por isso, sustenta que é necessário encurtar o prazo de vida do Governo que considera não ter futuro. “Isso faz-se com luta, esperança e consciência. As eleições para dia 29 de Setembro são para as autarquias, mas nunca estiveram tão associadas à situação nacional, por isso é fundamental o reforço da CDU para ganhar força contra o Governo e suas políticas”, frisou.

No seu discurso, o líder comunista referiu ainda que as demissões de Vítor Gaspar e Paulo Portas o fizeram lembrar o navio que começa a afundar “e os ratos são sempre os primeiros a sair”.

Sobre o regresso ao Governo de Paulo Portas como vice primeiro-ministro, sustentou que aconteceu depois de “ter engolido um sapão”. “O capital e os grandes interesses, a banca e quem beneficia destas políticas e pacto de agressão, recebendo milhões e milhões com esta ofensiva contra o povo, não querem o fim deste Governo. Por isso, disseram a Portas e Passos Coelho para se entenderem”, concluiu.

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