Dois milhões de portuguesas vivem com os filhos. E 400 mil não têm quem as ajude em casa

No espaço de uma década, o número de portuguesas a viver sozinhas com os filhos aumentou 36,1%. A maioria destas mães tem 60 ou mais anos.

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Em média, as portuguesas têm o primeiro filho aos 29 anos de idade PÚBLICO

Em dez anos, o número de mães em Portugal que vivem sozinhas com os filhos cresceu de forma “assinalável”, na ordem dos 36,1%, indica um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicado nesta sexta-feira por ocasião do Dia da Mãe, que se celebra domingo. Em Portugal há 2.014.048 mulheres que vivem com os filhos. Destas, 416.343 não têm qualquer outro apoio parental diário.

Segundo o relatório, que se apoia em dados dos Censos 2011, a idade média das mães em núcleos monoparentais rondava nesse ano os 51,7 anos. A maioria — representando quase 30% das mães que integram núcleos monoparentais — são mais velhas, com idades a partir dos 60 anos. O segundo maior valor está nas portuguesas entre os 40 e os 49 anos, com 25,6% do total, seguidas pelas que têm entre 30 a 39 anos, com 19,4%. As mães antes dos 30 são uma minoria, correspondendo a apenas 7,3% dos núcleos monoparentais.

Do seu estado civil, sabe-se que a maioria (cerca de 36%) são divorciadas. As viúvas têm também uma expressão significativa nestes núcleos familiares, atingindo os 33,9%, seguidas pelas solteiras, que representam 21,2% do total.

Outro dos dados destacados é a idade dos filhos que moram apenas com a mãe. De um total de 574.152, uma parte significativa (35%) tem 25 ou mais anos. No entanto, compiladas as faixas etárias, a que atinge uma maior percentagem é a dos filhos com menos de 15 anos, reunindo 37%.

“Esta estrutura etária traduz duas realidades distintas: por um lado, a das mulheres que ficam com os filhos após um divórcio/separação ou viuvez e, por outro lado, em que os filhos retornam a casa ou passam a cuidar das mães”, conclui o relatório sobre estes resultados.

Sublinhado no estudo do INE é também o facto já conhecido de que as portuguesas são mães cada vez mais tarde. Ao contrário do que acontecia em 2001, ano em que a maioria das portuguesas tinha o primeiro filho por volta dos 26,8 anos, em 2011 a idade de estreia na maternidade aumentou para os 29,2 anos.

 

 

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