A Câmara de Gaia anunciou esta quinta-feira estar receptiva a acolher a edição deste ano da Feira do Livro do Porto, cuja realização foi cancelada devido a falta de financiamento, mas o vice-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) garantiu ao PÚBLICO que a feira do Porto não se realizará noutra cidade.

“Estamos receptivos a lançar um apelo à APEL”, afirmou o vice-presidente da autarquia durante a reunião da Câmara, que decorreu esta tarde. Firmino Pereira explicou que a intenção de Gaia não é “substituir-se ao Porto, mas sim não perder esta mais-valia que é a realização da feira do livro”. O PS, oposição ao executivo, manifestou a sua solidariedade “para a afectação de verbas para que a feira do livro se realize em Gaia”, argumentando que as mesmas são “residuais”.

O autarca disse estar disponível para receber a APEL, mas, em declarações ao PÚBLICO, Pedro Pereira da Silva, vice-presidente desta entidade, explicou que a associação até pode ponderar a realização de eventos noutras cidades, com “outras características e dimensão”, mas não vai mudar, ainda que por um ano, a feira do Porto para a margem sul do Douro.  

A APEL suspendeu a 18 de abril a edição de 2013 da Feira do Livro no Porto por falta de condições financeiras, depois de não ter chegado a um acordo com a autarquia quanto a um prolongamento do apoio financeiro que vinha sendo concedido nos últimos anos. As editoras e  livreiros participantes pagam um total de 200 mil euros para participarem, mas a associação garante que os 75 mil euros que recebia da autarquia são essenciais para conseguir montar e levar a cabo o certame.

Entretanto, o anúncio, na semana passada, do cancelamento da edição deste ano da Feira do Livro do Porto, gerou um movimento na internet, via Facebook. Até às 19h desta quarta-feira, mais de 1300 pessoas já tinham dito que preendem estar presentes numa manifestação, em defesa do evento, marcada para as 18h da próxima sexta-feira.