A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considera que a estratégia para o crescimento, emprego e fomento do Governo tem por base “conceitos e paradigmas manifestamente obsoletos” e uma “visão redutora da economia”.

“Estamos muito preocupados com o enfoque na reindustrialização. Entendemos que é uma visão redutora da economia e que se perdeu uma relevante oportunidade para equacionar os verdadeiros factores competitivos do país”, reagiu ao PÚBLICO a dirigente Ana Vieira.

Em comunicado, a CCP critica o discurso “saudosista da reindustrialização e do fomento industrial”. O desenvolvimento da economia, defende, passa pelo investimento em produtos de maior valor acrescentado. A confederação liderada por João Vieira Lopes lembra que “entre 65% a 70% do que exportamos já é directa ou indirectamente constituído por actividades imateriais ou de serviços”.  

O Governo aprovou ontem um “memorando de crescimento e emprego para os próximos anos”, que será apresentado aos parceiros sociais e partidos políticos a partir de amanhã. “Tencionamos, na próxima semana, encetar uma série de encontros, quer ao nível político, quer ao nível dos parceiros sociais, por forma a podermos consensualizar esta estratégia”, prometeu o ministro da Economia no final do Conselho de Ministros.