PS diz que Passos não consegue encontrar substituto para o lugar de Miguel Relvas
Posição do Partido Socialista foi transmitida depois da publicação, em Diário da República, de despachos que demonstram que Relvas continua em funções.
Esta posição foi transmitida pelo deputado socialista Nuno Sá, depois de ter sido publicado em Diário da República que o ministro demissionário Miguel Relvas delegou na chefe do seu gabinete, Sílvia Esteves, funções como “a gestão corrente e os actos de gestão ordinária” do gabinete e a gestão orçamental.
“Soubemos hoje que o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares continua em funções a exercer a sua actividade normal, a despachar e, inclusivamente, a delegar funções nos membros do seu gabinete. O primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] nada faz e dá-se o insólito de ter aceitado a demissão [de Miguel Relvas], mas os dias passam e não encontra substituto”, declarou Nuno Sá.
Para o deputado do PS, o facto de o ministro demissionário Miguel Relvas continuar a despachar “é revelador das dificuldades de Pedro Passos Coelho em encontrar quem queira ir para o seu Governo”.
“Essas dificuldades são notórias ao chegarem ao ponto de nem nas fileiras do PSD – e, provavelmente, nem das do CDS-PP – Passos Coelho encontrar quem queira ir para o Governo, e daí o arrastar desta situação, que é algo absolutamente inédito na democracia em Portugal”, referiu o deputado socialista eleito pelo círculo de Braga.
A demissão de Relvas do cargo de ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, diz, “é uma novela sem fim e nunca vista”. “O ministro anunciou a sua demissão no passado dia 4 – uma demissão combinada há muito tempo com o próprio primeiro-ministro. Num momento de grande exigência para o país, seria adequado e exigível garantir o normal e estável funcionamento do Governo. Mas passou-se exactamente uma semana e não se conhece nenhum substituto do ministro demissionário Miguel Relvas”, acrescentou Nuno Sá.