Cáritas sugere mais apoio do Governo a pequenas empresas

O aumento da pobreza infantil em Portugal pode ser contrariado com a criação de postos de trabalho, diz Eugénio Fonseca.

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A mudança passa pela criação de postos de trabalho e não pela destruição do emprego, afirma presidente da Cáritas portuguesa. João Henriques

O presidente da Cáritas portuguesa propôs a Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e do Emprego, a criação de uma plataforma de comercialização internacional.

A ideia seria promover pequenos negócios – individuais ou familiares –, encurtando a distância entre empreendedores e consumidores.

Segundo o presidente da Cáritas, a sugestão foi bem acolhida pelo ministro. “Não é possível dar sustentabilidade ao auto-emprego se depois não se der apoio à comercialização daquilo que se produz”, acrescentou.  

Formar desempregados que não têm competências ao nível de empreendedorismo é outra das propostas da Cáritas portuguesa. “Não há verbas europeias, mas o que é preciso é criatividade”, concluiu o presidente da instituição.

A Cáritas portuguesa está a finalizar um estudo social sobre o emprego, para dar maior apoio a estas sugestões.

Eugénio Fonseca e o espanhol Jorge Nuño, secretário-geral da Cáritas Europa, encontraram-se nesta quarta-feira com Álvaro Santos Pereira e Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e Segurança Social, para lhes apresentar as conclusões do relatório O impacto da crise europeia – Um estudo do impacto da crise e da austeridade. Os resultados já tinham sido anunciados na Irlanda, país que preside a União Europeia.

Jorge Nuño pediu que se reconsiderem as medidas adoptadas no último ano. “A política de priorizar a austeridade não está a funcionar porque não se está a criar movimento económico”, afirmou o secretário-geral da Cáritas Europa.  

Com especial enfoque em Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e Itália, o estudo indica que, a par do aumento da austeridade, houve um agravamento das situações de desemprego e pobreza. Dados mais recentes do Eurostat revelam que, em 2011, 28,6% das crianças portuguesas viviam em risco de pobreza e exclusão social.

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